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Dos 13 milhões de sírios que precisam de ajuda, 40% são crianças

A ONU lembrou a todas as partes do conflito que é obrigação legal o cuidado constante com civis e alvos civis. Foto: Unicef Síria/2016/Al-Issa

Dos 13 milhões de sírios que precisam de ajuda, 40% são crianças

Paz e segurança

Conselho de Direitos Humanos realiza evento de alto nível sobre violações dos direitos humanos dos menores de idade no país árabe; vítimas sofrem ataques aéreos, de bombas de barril e de artilharia.

O coordenador regional de Auxílio das Nações Unidas para a crise da Síria, Panos Moumtzis, disse esta terça-feira em Genebra que 13,1 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária essencial no país.

Em evento de alto nível sobre as violações dos direitos humanos das crianças sírias, o representante declarou que o grupo representa mais de 40% desse total. Mais de 663 mil dos 5,6 milhões de pessoas com necessidades agudas na Síria têm menos de cinco anos.

Ghouta Oriental

Para atender às necessidades mais urgentes das vítimas, Moumtzis sugeriu medidas que incluem o fim imediato de ataques intencionais e indiscriminados contra populações civis e o acesso de ajuda a áreas que incluem Ghouta Oriental.

A outra questão crítica é a proteção dos civis na área onde as crianças “vivem um nível sem precedentes de violência indiscriminada”.

Os atos violentos incluem ataques aéreos, lançamento de bombas de barril, bombardeamento de artilharia e fome que são uma realidade diária.

Trauma psicológico

Após cerca de cinco anos de isolamento da área, a ONU menciona que estas vivem em porões superlotados com as suas famílias sem saber se sobrevivem mais um dia. Moumtzis disse que o trauma psicológico permanecerá com estas crianças para o resto de suas vidas.

No evento também discursou o presidente da Comissão de Inquérito sobre a Síria. O professor brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro reiterou que é urgente responsabilizar os autores da violência perante violações do governo e de grupos de oposição.

A outra prioridade é o acesso incondicional a monitores independentes a todos os locais de detenção e, no mínimo, organizações humanitárias como a Cruz Vermelha e libertação os mais vulneráveis detidos como crianças, mulheres, idosos e deficientes.

Pinheiro disse que deve haver uma reflexão sobre o destino dos deslocados internos e  identificação dos desafios relacionados com a facilitação do seu retorno.

 

Apresentação: Eleutério Guevane.