Mulheres da RD Congo confiam nas boinas-azuis femininas da ONU
Militar que integra contingente do Uruguai, Natalia Gallardo, participou da Missão da ONU na República Democrática do Congo, Monusco, e disse que as mulheres congolesas sentem-se mais à vontade com as militares para conversar sobre determinados problemas e pedir ajuda.
Alexandre Soares, da ONU News em Nova Iorque.
Ser mulher e ser boina-azul, muitas vezes, pode ajudar no melhor desempenho de uma operação de paz com a população local. Especialmente quando as mulheres têm assuntos mais particulares.
Quem viveu essa experiência, foi a militar uruguaia, Natalia Gallardo, que serviu à Missão de Paz da ONU na República Democrática do Congo, Monusco.
20 missões
Ela é o destaque da semana numa série de reportagens da ONU News sobre os capacetes-azuis pelo mundo. No momento, mais de 120 Estados-membros contribuem com tropas para garantir a paz e a segurança em alguns países.
O Uruguai, por exemplo, está há quase 70 anos atuando com a ONU. Desde 1951, foram 20 operações.
O maior contingente do país está na Monusco com 900 militares, como contou Natalia Gallardo.
A capacete-azul lembra que era uma das 60 mulheres uruguaias no terreno. Todas as suas colegas “foram treinadas e recrutadas junto com os homens”, sem nenhuma diferença.
Desafios
Mas de acordo com a militar, ao chegar ao país, a população local, especialmente as mulheres, preferem conversar com outras mulheres sobre problemas e desafios que tenham.
Na RD Congo, Gallardo, que é marinheira, ajudou a patrulhar os lagos do país para defender os congoleses de ataques armados e piratas.
Ela contou que apesar de retornar ao seu país no final do ano passado, quer “continuar a prosperar neste trabalho”, porque é isto que gosta de fazer.
Proteção
Desde 1948, mais de 1 milhão de homens e mulheres serviram como forças de manutenção de paz da ONU.
Em locais como a Republica Centro Africana e o Sudão do Sul, estas forças ajudam a proteger a população e a prestar assistência humanitária.
Mas o trabalho envolve perigos. Desde o começo destas missões, mais de 3,5 mil capacetes-azuis perderam a vida em serviço.
A ONU tem uma campanha de agradecimento às suas forças de manutenção de paz. Quem quiser homenagear estes soldados, pode partilhar nas redes sociais a hashtag #ServingForPeace.
Veja a história de Natalia aqui: