Caminho para paz na República Centro Africana continua “longo e difícil”
Representante especial do secretário-geral, Parfait Onanga-Anyanga, falou ao Conselho de Segurança sobre o tema; já secretária-geral assistente para Assuntos Humanitários terminou visita de quatro dias ao país; ONU e parceiros estão a pedir US$ 516 milhões para ajudar 2 milhões de pessoas.
Alexandre Soares, da ONU News em Nova Iorque.
A situação política na República Centro Africana, RCA, foi debatida na quinta-feira no Conselho de Segurança. O chefe da Missão da ONU no país, Minusca, discursou ao órgão sobre os desafios do país.
Parfait Onanga-Anyanga, afirmou que a via para a paz, para a estabilidade e reconciliação na RCA continua “longa e difícil.”
Parfait disse que a tragédia dos refugiados e pessoas deslocadas dentro do país “piora uma situação humanitária que já era precária, onde as vidas de metade da população seriam inimagináveis sem assistência humanitária.”
Reformas
O representante especial considerou estes abusos e violações como “inaceitáveis” e disse que, na maior parte das vezes, são cometidos por grupos armados que recusam dialogar com o governo.
Parfait informou aos 15 Estados-membros sobre o que o governo da RCA está a fazer para fortalecer o Estado e reforçar as suas instituições democráticas. Ele disse que estas reformas, junto com uma campanha contra imunidade, “vão contribuir muito para assegurar uma paz duradoura.”
Parfait, que também é chefe da Missão da ONU no país, Minusca, disse que “estão a ser feitos esforços para proteger a população civil e, ao mesmo tempo, garantir a segurança das forças de manutenção de paz.”
Ajuda humanitária
Na quinta-feira, a secretária-geral assistente para os Assuntos Humanitários, Ursula Mueller, terminou uma visita de quatro dias ao país africano.
Mueller disse que o país “está a enfrentar uma crise humanitária de grande escala.”
A secretária-geral assistente explicou que “a violência está a espalhar-se rapidamente por todo o país, enquanto necessidades urgentes estão a aumentar.”
Mueller explicou que, apesar do financiamento para a ajuda humanitária no país ter descido nos últimos três anos, o número de pessoas deslocadas quase duplicou em 2017, atingindo 694 mil pessoas.
A ONU e os seus parceiros estão a pedir US$ 516 milhões para ajudar 2 milhões de pessoas no país, cerca de metade da população.