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Nascem 1,5 mil bebés já refugiados por mês na Tanzânia

Refugiada burundesa com o seu filho em um acampamento para refugiados na Tanzânia.
Foto Acnur: Sebastian Rich
Refugiada burundesa com o seu filho em um acampamento para refugiados na Tanzânia.

Nascem 1,5 mil bebés já refugiados por mês na Tanzânia

Migrantes e refugiados

Acnur e Unicef apoiam reforço de serviços básicos e ajudam a desenvolver comunidades anfitriãs; mais de 84% das pessoas que pedem abrigo no país são  burundeses.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*

Agências das Nações Unidas tentam mobilizar apoio para refugiados que vivem na Tanzânia. Sem contar novas chegadas, a população refugiada que precisa de abrigo em terras tanzanianas cresce no ritmo de 1,5 mil nascimentos por mês.

O país acolhe 264 mil burundeses, o maior de refugiados do país em África. O número corresponde a 84% da população do Burundi que procura refúgio em território tanzaniano, seguido de cidadãos da República Democrática do Congo.

Crianças

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, e o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, indicam que as crianças compõem 57% dos que vivem nos já superlotados acampamentos de Nyarugusu, Mtendeli e Nduta. Mais de 5 mil desses menores de idade são desacompanhados ou foram separados dos encarregados.

A nota sublinha que o país que acolhe refugiados há mais de 50 anos tem observado novas entradas de pessoas em busca de abrigo.

Comunidades

As agências das Nações Unidas ajudam a Tanzânia a reforçar os sistemas de oferta de serviços básicos para os refugiados, além de cobrirem as lacunas no desenvolvimento com um programa em comunidades que acolhem refugiados.

Nos três acampamentos do país faltam escolas e instalações de água, saúde e para apoiar com ações de nutrição.

Malária e cólera

A malária é responsável por cerca de um terço dos casos de doença entre os refugiados. No ano passado, ocorreram 326 casos e nove mortes próximo de áreas de acolhimento em Kigoma. Não houve qualquer ocorrência nos acampamentos.

A distribuição alimentar continua a ser feita em menor quantidade. As famílias recebem entre metade e 70% da cesta básica habitual devido a problemas no sistema de ajuda alimentar.

*Apresentação: Denise Costa.

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