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Iémen registou mais de 300 mil casos de cólera em 75 dias

Criança com diarreia severa ou cólera recebe tratamento em hospital no Iêmen. Foto: Unicef/UN065873/Alzekri

Iémen registou mais de 300 mil casos de cólera em 75 dias

“Surto sem precedentes” matou 1,7 mil pessoas; grupos mais afetados são menores de 15 anos e idosos; OMS aumenta ação para conter surtos ativos de cólera e diarreia aguda na Somália e Sudão.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*

As Nações Unidas informaram que mais de 300 mil pessoas teriam contraído a cólera no Iémen.

De acordo com o Escritório da ONU para os Assuntos Humanitários, Ocha, o total de mortes registadas foi de 1,7 mil em 75 dias no “surto sem precedentes”.

Resposta

A doença que afeta 92% dos distritos iemenitas está presente em todas as províncias do país árabe.

O maior número de casos regista-se em jovens com menos de 15 anos. Foi no grupo onde ocorreram 40% dos casos e cerca de um quarto das mortes. Quase um terço dos óbitos ocorreu em pessoas com mais de 60 anos.

Surtos Ativos

Num outro desenvolvimento, a Organização Mundial da Saúde, OMS, disse que está a fornecer ajuda às autoridades de saúde dos países afetados pela cólera e pela diarreia para responder a surtos ativos no Mediterrâneo Oriental.

O escritório regional da agência destacou que o número de casos registados na área já superou o total ocorrido em todo o mundo no ano passado.

Para a agência, é “imperioso fazer todos os esforços para garantir a proteção das populações” dos países endémicos de cólera e nas nações vizinhas.

O receio é que o aumento do movimento de pessoas eleve o risco de doenças epidémicas e o trânsito para áreas não afetadas. Um dos exemplos é a Somália que regista casos de cólera no norte pela primeira vez há mais de 10 anos.

Propagação

O Sudão regista os primeiros casos de diarreia aguda em acampamentos que acolhem sudaneses deslocados de Darfur.

O agravamento das condições humanitárias e a falta de acesso à água potável e saneamento fazem prever mais casos na atual “temporada alta” de propagação das doenças transmitidas pela água.

A OMS promove ações de vigilância e deteção precoce de casos acompanhadas de medidas para melhorar a gestão de casos e o controle das infeções.

*Apresentação: Denise Costa.

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