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OMS alerta que mortes por câncer aumentaram para 8,8 milhões por ano BR

Foto: Aiea/Dean Calma

OMS alerta que mortes por câncer aumentaram para 8,8 milhões por ano

Em 2012, doença matava 8,2 milhões anualmente, segundo Organização Mundial da Saúde; Guia da OMS quer aumentar chances de sobreviver ao câncer e diz que diagnóstico precoce salva vidas e reduz gastos de tratamento; maioria das mortes ocorre em países de média e baixa rendas.

Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, alertou que o câncer mata 8,8 milhões de pessoas todos os anos, em sua maioria, nos países de média e baixa rendas. O resultado atual mostra um aumento em relação a 2012, quando foram registrados 8,2 milhões de óbitos.

Para combater o problema, a agência da ONU lançou esta sexta-feira um novo guia com o objetivo de melhorar as chances de sobrevivência dos pacientes. O lançamento foi feito para marcar o Dia Mundial de Combate ao Câncer, este sábado, 4 de fevereiro.

Diagnóstico precoce

A meta é garantir serviços de saúde com foco no diagnóstico precoce e no tratamento da doença ainda nos estádios iniciais.

Em entrevista à ONU News, o ministro da educação de Portugal, Tiago Brandão Rodrigues, que é especialista em oncologia, falou sobre a importância do diagnóstico precoce.

“É absolutamente fundamental o diagnóstico precoce. Por muito que as terapias tenham evoluído nos últimos anos, acima de tudo o diagnóstico que nos leva a um melhor prognóstico das doenças, porque nós sabemos que é absolutamente fundamental entender se temos ou não temos um cancro, em que estadio está, de que natureza é, numa época inicial da doença. E isso aumenta muito as probabilidades do prognóstico, isto é, a cura, poder eventualmente existir numa doença que infelizmente é uma luta contra as estatísticas.”

Atualmente, um dos maiores desafios é que vários casos de câncer são detectados muito tarde, mesmo em países com ótimos sistemas de saúde. Nesta fase, eles são bem mais difíceis de serem tratados com sucesso.

O câncer é responsável por quase um em cada seis óbitos no mundo. Mais de 14 milhões de pessoas desenvolvem a doença anualmente e a OMS calcula que esse número deve passar de 21 milhões até 2030, mais do dobro da população de Portugal.

Doenças crônicas

O diretor do Departamento de Doenças Crônicas da OMS, Etienne Krug, disse que “o diagnóstico do câncer em estágios avançados e a incapacidade de fornecer tratamento condenam as pessoas a um sofrimento desnecessário e morte precoce”.

O novo guia da organização sugere a adoção de três passos importantes: em primeiro lugar, os países devem melhorar a comunicação pública sobre os diferentes sintomas da doença e devem também encorajar as pessoas a buscarem cuidado de saúde quando eles surgirem.

Em segundo lugar, a OMS quer que os governos invistam mais em equipamentos e treinamento do pessoal da área de saúde e, por último, quer ainda que os governos assegurem que os pacientes de câncer tenham acesso a tratamentos seguros e eficazes, incluindo para aliviar as dores, sem terem que se endividar.

Custo

Segundo a agência, em 2010, o custo econômico anual do tratamento do câncer através dos gastos médicos e perda de produtividade passou de US$ 1,1 trilhão.

Os especialistas explicam que estratégias para melhorar o processo de diagóstico precoce pode ser rapidamente incorporadas aos sistemas de saúde a um custo muito baixo.

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 tem como meta assegurar vidas saudáveis e peomover o bem-estar para todos. Os países prometeram reduzir em um terço as mortes prematuras causadas por câncer até 2030.

Além disso, eles concordaram também com a implementação de uma cobertura de saúde universal, que inclui proteção financeira, acesso a serviços de saúde de qualidade e ainda acesso a remédios e vacinas para todos.

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