“Direito à vida é fundamental”, diz Ban em evento contra pena de morte BR

Secretário-geral participou de painel para “confrontar prática cruel e desumana”; ele lembrou ter se encontrado com pessoas que “haviam sofrido condenações injustas”; resolução da Assembleia Geral pede moratória mundial.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
Um painel para “confrontar a cruel e desumana prática da pena de morte” foi realizado nesta quarta-feira, na sede da ONU, em Nova York, com a participação do secretário-geral, Ban Ki-moon.
Ban lembrou ter se encontrado com pessoas que “haviam sofrido condenações injustas” e “sobreviveram ao corredor da morte”. Pessoas que, segundo o chefe da ONU, “perderam anos de suas vidas em uma injustiça terrível”.
Direito Fundamental
O secretário-geral afirmou que o “direito à vida é fundamental”. Para ele, “tirar uma vida é irreversível demais para um ser humano impor a outro”, e é a “negação absoluta de humanidade”.
Além disso, segundo Ban, a “pena de morte não é aplicada de forma justa”.
Desproporcional
“Ela é usada de forma desproporcional contra minorias”, alertou o chefe da ONU, ressaltando que a “probabilidade está contra as pessoas que são pobres e marginalizadas”.
Para o secretário-geral, “todos deveriam ver que isso está errado”.
Moratória
Ban afirmou que o mundo chegou a um “grande ponto de virada” quando, em 2007, a Assembleia Geral pediu um moratória mundial.
Ele destacou, desde então, o crescimento do movimento contra a pena capital. Mais países estão apoiando a resolução sobre o tema e cerca de 170 Estados aboliram ou deixaram de usar a pena de morte.
No entanto, o chefe da ONU expressou preocupação com o fato de alguns países estarem retomando execuções e outros considerando a reintrodução da pena capital.
Ban disse ainda estar orgulhoso com o lançamento do livro “Pena de Morte e as Vítimas” pelo escritório do secretário-geral Assistente da ONU para Direitos Humanos, Ivan Simonovic.
Acompanhe na Rádio ONU a cobertura da 71ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
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