Perspectiva Global Reportagens Humanas

Coordenador Humanitário pede mais atenção com as vítimas do Boko Haram

Em Diffa, no Níger, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Stephen O’Brien (o segundo à esq., sentado), encontrou-se com uma família que fugiu de um ataque do Boko Haram. Foto: Ocha

Coordenador Humanitário pede mais atenção com as vítimas do Boko Haram

Stephen O’Brien encerra missão no Níger e cita 240 mil pessoas obrigadas a abandonar suas casas nos dois lados da fronteira com a Nigéria; subsecretário-geral da ONU alarmado com assassinatos de civis.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários completou a visita de dois dias ao Níger e pediu ao mundo para dar mais atenção à enorme crise humanitária na região de Diffa.

Stephen O’Brien destaca que atos de violência das milícias Boko Haram já levaram mais de 240 mil pessoas a abandonarem as suas casas nos dois lados da fronteira com a Nigéria.

Abusos

Em Diffa, o chefe humanitário da ONU visitou o campo de Assaga, que abriga mais de 15 mil pessoas, como refugiados e deslocados internos, que foram forçadas a sair de casa devido aos ataques do Boko Haram.

Aos grupos armados, O’Brien pede que cumpram a obrigação de proteger os civis, como manda a Lei Internacional Humanitária. No Níger, o representante declarou estar alarmado com “assassinatos de civis, pilhagem de vilarejos e outros abusos realizados pelo Boko Haram nos países do Lago Chade”.

Solidariedade

Na região de Diffa, duas entre três pessoas estão deslocadas. Stephen O’Brien conheceu uma família que está a abrigar 30 pessoas que fugiram do Boko Haram no Níger e na Nigéria. Para o coordenador humanitário, a solidariedade desses civis serve de exemplo e de inspiração.

O’Brien encontrou-se com o presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, com o primeiro-ministro, Brigi Rafini, e membros do governo. Foi discutido como ampliar a resposta humanitária aos afectados pela violência e como combater a insegurança alimentar.

Para este ano, agências humanitárias, ONU e governo pretendem ajudar 2 milhões de pessoas que sofrem de insegurança alimentar e 1,5 milhão com risco de malnutrição, a maioria crianças. O plano tem o custo de US$ 316 milhões, mas até agora, apenas 25% foi financiado.

Leia e Oiça:

Com problema da fome, 35% das crianças da Tanzânia têm nanismo

Chefe humanitário da ONU em périplo pelo Níger e pela Nigéria

Conselho de Segurança condena ataques terroristas do Boko Haram