Perspectiva Global Reportagens Humanas

ONU condena ataque contra acampamentos de refugiados na Síria BR

Acampamento para refugiados sírios perto da fronetira com a Turquia. Foto: Ocha

ONU condena ataque contra acampamentos de refugiados na Síria

Chefe de Direitos Humanos afirmou que ações “parecem ter sido deliberadas e podem representar crime de guerra; Zeid Al Hussein disse que “é extremamente improvável que os ataques tenham sido um acidente”.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, classificou como “desprezíveis” os ataques a bomba contra dois acampamentos para refugiados em Sarmada, na Síria, perto da fronteira com a Turquia.

Zeid afirmou que “os acampamentos foram montados há várias semanas e podem ser claramente vistos do ar”.

Crime de Guerra

Para ele, “é extremamente improvável que os ataques tenham sido um acidente”. O alto comissário declarou que as ações “parecem ter sido deliberadas e podem representar crime de guerra”.

Relatos iniciais mostram que, pelo menos 30 pessoas, incluindo crianças foram mortas nos bombardeios e dezenas ficaram feridas.

Zeid disse que “é difícil encontrar palavras para descrever o horror enfrentado pelos sírios”. Segundo o chefe de direitos humanos da ONU, “eles sofrem bombardeios e são assassinados em suas próprias casas, são alvo de atiradores nas ruas e torturados nas prisões.

Além disso, afirmou que os hospitais e os acampamentos para onde fogem são também bombardeados.

Xenofobia

Zeid disse ainda que muitos são obrigados a fugir do país para escapar da violência e quando conseguem enfrentam rejeição e xenofobia na Europa.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, também condenou os ataques e disse que eles representam uma violação das leis humanitária e de direitos humanos internacionais.

Segundo a agência, um dos acampamentos atingidos foi o de Ghita Al-Rahmeh, que abriga aproximadamente 2,5 mil pessoas que fugiram de Alepo desde o fim do ano passado.

O Acnur afirmou que “uma solução política para o conflito sírio é mais urgente do que nunca”.