Burundi ainda não respondeu pedido de entrada de peritos de direitos humanos
Especialistas com mandato da ONU deviam estar no país na segunda-feira; pedido foi feito após resolução de dezembro; escritório quer que Bujumbura tome medidas necessárias que incluem a emissão de vistos para três relatores.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Escritório dos Direitos Humanos das Nações Unidas lamentou esta terça-feira o atraso do governo do Burundi em responder ao pedido de início do trabalho de especialistas independentes no país.
O alto comissário para a área solicitou ao Governo do Burundi uma autorização para o início, esta segunda-feira, da primeira missão da equipa enviada pela ONU.
Mandato
Em nota, emitida em Genebra, o escritório disse ter receio que essa demora torne difícil a capacidade do grupo de cumprir o seu mandato e informar de forma adequada e oportuna ao Conselho de Direitos Humanos.
O Burundi enfrenta uma crise política que provocou centenas de mortes após a decisão do presidente Pierre Nkurunziza de concorrer para um terceiro mandato presidencial no ano passado.
Estima-se que 220 mil pessoas fugiram para os países vizinhos, além de vários milhares de deslocadas internos.
Peritos
Em dezembro, o Conselho de Direitos Humanos adotou uma resolução que determinava que até março fosse urgentemente organizada e despachada uma missão de peritos independentes.
O escritório disse esperar que as autoridades do Burundi tomem todas as medidas necessárias, incluindo a concessão de vistos, para permitir o rápido envio dos peritos ao terreno.
O mandato dos especialistas era investigar rapidamente as violações e os abusos dos direitos humanos e fazer recomendações para a melhoria da situação, além de envolver num diálogo com autoridades e outras partes relevantes da crise.
O grupo é formado pelos relatores sobre Execuções Extrajudiciais, Sumárias e Arbitrárias, Christof Heyns, e sobre a Promoção da Verdade, Justiça e Reparação, Pablo de Greiff.
Faz parte do grupo de peritos a integrante da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos e relatora especial do órgão sobre os Refugiados, Candidatos a Asilo, Deslocados Internos e Migrantes, Maya Sahli Fadel.
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