ONU está comprometida em apoiar implementação de um acordo climático

Secretário-geral afirmou que conferência em Paris “não é o ponto final”; em artigo publicado em diversos jornais do mundo, inclusive no Brasil, Ban Ki-moon afirmou que “como qualquer avô”, quer que os “netos desfrutem da beleza e generosidade de um planeta saudável”.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

Em artigo publicado em diversos países, inclusive no Brasil, o secretário-geral das Nações Unidas afirmou a organização está “plenamente comprometida em apoiar os países na implementação” de um acordo climático.

Ban Ki-moon destacou que, “apesar das preocupações de segurança após os ataques terroristas, mais de 120 chefes de Estado e de governo confirmaram sua participação”  na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, COP 21, em Paris.

Papa Francisco

Ele afirmou que, “como qualquer avô, quer que os netos desfrutem da beleza e generosidade de um planeta saudável” e que “como qualquer ser humano, se entristece ao ver que inundações, secas e incêndios estão ficando piores”, além dos riscos a Estados insulares e inúmeras espécies.

Citando o Papa Francisco, entre outros líderes religiosos, o chefe da ONU falou em uma “responsabilidade moral de agir em solidariedade com os mais pobres e vulneráveis”, que sofrerão primeiro, e mais, com os efeitos das mudanças climáticas.

Ban afirmou que, como chefe das Nações Unidas, tem “priorizado a mudança climática porque nenhum país pode enfrentar este desafio sozinho”.

Passaporte

Segundo o chefe da ONU, “a mudança climática não carrega nenhum passaporte” e “emissões liberadas em qualquer lugar contribuem para o problema em todos os lugares”.

Para ele, o fenômeno é “uma ameaça às vidas e aos meios de subsistência”, à “estabilidade econômica” e à “segurança das nações”.

No artigo, o secretário-geral declarou: “só por meio das Nações Unidas” é possível “responder coletivamente a esta questão global”.

Negociação

Ban afirmou que o processo de negociação tem sido lento e pesado, mas resultados estão sendo vistos.

Em resposta ao apelo da ONU, mais de 166 países já apresentaram planos climáticos com metas nacionais. Juntos, eles representam  mais de 90% das emissões.

Se implementados com sucesso, esses planos nacionais reverterão a curva de emissões para baixo, para um aumento previsto da temperatura global de aproximadamente 3º C até o final do século.

Desafio

Segundo o secretário-geral, “este é um progresso significativo, mas ainda não é suficiente”.

O desafio é ir além e mais rápido “para reduzir as emissões de modo a manter o aumento da temperatura global abaixo de 2º C”.

Ao mesmo tempo, Ban lembrou que é preciso “apoiar os países na adaptação às consequências inevitáveis” que já existem.

Responsabilidade

Para o chefe da ONU, quanto mais cedo a ação, maiores serão os benefícios para todos. Ele citou, entre outros, o aumento da estabilidade e da segurança, crescimento econômico mais forte e mais sustentável e melhoria da saúde.

O secretário-geral destacou: a responsabilidade agora recai sobre os governos, para que definam em Paris um acordo significativo e vinculante, que forneça regras claras do caminho.

Elementos Essenciais

Ban afirmou ver “quatro elementos essenciais para que a conferência de Paris seja um sucesso: durabilidade, flexibilidade, solidariedade e credibilidade”.

Para o chefe da ONU, um acordo climático significativo em Paris vai construir um presente e um futuro melhores”, vai “ajudar a acabar com a pobreza, limpar o ar e proteger os oceano, melhorar a saúde pública, criar novos empregos, e acelerar o progresso em prol de todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.

Leia o artigo do secretário-geral na íntegra na página especial da Rádio ONU sobre a COP 21.