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Relatora da ONU sugere criação de Observatório do Feminicídio

Laranja é cor da campanha da ONU. Foto: ONU Mulheres Camboja/Sara Hakansson

Relatora da ONU sugere criação de Observatório do Feminicídio

No Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, especialista em direitos humanos faz apelo aos países; Dubravka Simonovic pede foco na prevenção dos assassinatos de mulheres.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque. 

A relatora especial das Nações Unidas sobre a Violência contra a Mulher, suas Causas e Consequências pede a todos os países que trabalhem pela prevenção dos assassinatos de mulheres.

Dubravka Simonovic sugere a criação do Observatório do Feminicídio, por acreditar que  “a violência contra as mulheres é a manifestação mais atroz da discriminação e da desigualdade enfrentada por mulheres e raparigas do mundo”.

Mortes

O pedido da relatora marca o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, que todos os anos é celebrado a 25 de novembro. Simonovic lamentou que mulheres continuam a morrer devido à violência.

Para a especialista da ONU, existem muitas falhas nos sistemas de prevenção e falta uma avaliação adequada sobre os riscos e a escassez ou má qualidade de dados sobre o assunto.

Estratégias

Essas são as principais barreiras da prevenção dos assassinatos de mulheres, o que complica também a criação de estratégias de prevenção que sejam eficientes.

Simonovic lembra que sem dados adequados, acontecem erros de identificação, ocultação de crimes e falta de registo de muitos homicídios de mulheres – o que contribui para a impunidade dos assassinos.

Laranja

Por isso, a relatora sugere que seja estabelecido o Observatório do Feminicídio e para que todos os anos, em 25 de novembro, sejam divulgados números anuais de homicídios ligados ao género além de dados sobre idade, sexo e relação dos agressores com a vítima.

A partir desta quarta-feira, a ONU começa uma contagem de 16 dias de ativismo contra a violência baseada em género, numa ação que pede a utilização da vibrante cor laranja como “símbolo de um futuro livre da violência contra as mulheres”.

Segundo a ONU Mulheres, 125 países têm leis contra assédio sexual, 119 têm leis contra a violência doméstica mas apenas 52 nações tem legislação específica contra estupros dentro do casamento.