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Plásticos biodegradáveis não são solução, afirma Pnuma BR

Todos os anos 20 milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos. Foto: ONU/Martine Perret

Plásticos biodegradáveis não são solução, afirma Pnuma

Segundo agência da ONU, a adoção desses produtos não é suficiente para reduzir o volume de plástico nos oceanos e os riscos químicos;  20 milhões de toneladas de plástico vão parar no mar todos os anos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.  

A utilização de produtos biodegradáveis não reduz o volume de plástico que vai parar nos oceanos nem os riscos químicos que os plásticos carregam ao meio ambiente marinho, segundo um relatório das Nações Unidas.

O Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, informa que a biodegradação completa dos plásticos ocorre em condições que raramente são encontradas no ambiente marinho.

Algumas substâncias utilizadas em produtos plásticos só se desintegram após exposição prolongada a temperaturas acima de 50° Celsius.

Produção Global

Estimativas recentes do Pnuma indicam que por ano, 20 milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos e a partir daí, se desintegram em partículas microplásticas.

Para reduzir os impactos nos ecossistemas marinhos, a agência da ONU defende uma maneira mais responsável de se lidar com o ciclo de vida dos plásticos e informa que não existe solução rápida.

Segundo um estudo feito pelo Pnuma no ano passado, 280 milhões de toneladas de plástico são produzidas no mundo por ano e apenas uma pequena parcela é reciclada.

Danos

Boa parte vai parar nos oceanos, custando bilhões de dólares em danos causados aos ecossistemas marinhos. Aves, peixes e outros animais muitas vezes ingerem micropartículas de plásticos.

A nova pesquisa do Pnuma buscou checar se os plásticos considerados biodegradáveis teriam um papel importante para reduzir os impactos negativos no meio ambiente.

Mas descobriu-se que os plásticos mais comuns não são biodegradáveis no mar, demorando muito mais tempo para se desintegrar e aumentando o volume de lixo marinho. No caso dos plásticos oxibiodegradáveis, a fragmentação no mar pode durar até cinco anos.