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Para relator, relação entre as duas Coreias está tomando um novo rumo BR

Marzuki Darusman. Foto: ONU/Eskinder Debebe

Para relator, relação entre as duas Coreias está tomando um novo rumo

Marzuki Darusman lida com a questão dos direitos humanos na Coreia do Norte; após visitar Coreia do Sul, ele declara estar otimista com possibilidade de reunificação de famílias e cita até chances de unificação.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O relator especial das Nações Unidas para os direitos humanos na Coreia do Norte está encerrando sua primeira visita ao país vizinho, a Coreia do Sul. Na capital Seul, Marzuki Darusman afirmou que é hora de se “considerar medidas concretas” para garantir justiça aos casos de violações de direitos humanos e de crimes contra a humanidade.

Darusman disse que sua visita ocorre num momento em que a relação entre as duas Coreias “toma um novo rumo”. Ele mencionou um acordo de 25 de agosto, quando representantes dos dois países discutiram uma maneira de retomar a reunificação das famílias que estão divididas entre as Coreias do Sul e do Norte.

Diálogo

Para o relator da ONU, esse é “um avanço promissor, que pode estimular o diálogo intra-coreano”. Durante sua passagem pela Coreia do Sul, ele notou o aumento das referências e das discussões públicas sobre uma possível unificação dos dois países num futuro próximo.

Marzuki Darusman destacou que a unificação é primordial, mas a comunidade internacional precisa estabelecer de maneira firme e robusta a responsabilização de crimes contra a humanidade. Segundo o relator, esse é o caminho para melhorar a situação dos direitos humanos na península coreana.

Abusos

Na visita, o especialista teve reuniões com representantes dos Ministérios das Relações Internacionais e da Unificação da Coreia do Sul, integrantes de ONGs e funcionários do escritório de direitos humanos da ONU em Seul.

Darusman afirmou que continua preocupado com os norte-coreanos que são enviados pelo governo para outros países e obrigados a realizar trabalho forçado. Outras questões que preocupam são as alegações de sequestros, detenção de civis e a situação das mulheres no país.

O relator da ONU defende mais investigações sobre os casos, para que os responsáveis pelos crimes sejam identificados. Marzuki Darusman deve voltar à Coreia do Sul em novembro e vai apresentar um relatório ao Conselho de Direitos Humanos em março de 2016.

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