Guiné Conacri fala de discriminação dos seus cidadãos devido ao ébola
Autoridades apresentaram a situação de migrantes em Genebra; país teve cerca de 4 mil pacientes e 2.529 mortos durante o surto; equipa do governo apontou desafios de sobrevivência durante as dificuldades.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Autoridades da Guiné Conacri disseram, esta quarta-feira, que "o país e os seus cidadãos têm sido estigmatizados" em parte porque o ébola é visto "como uma doença genética".
A declaração foi feita esta quarta-feira, em Genebra, na sessão do Comité para a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e Membros das Suas Famílias. A delegação nacional foi chefiada pelo ministro dos Direitos Humanos e Liberdades Públicas, Khalifa Gassama Diaby.
Consequências
A comitiva realçou "consequências muito graves da epidemia", e revelou a expectativa de que agora o surto esteja no fim.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, anunciou que dois casos de ébola foram descobertos até a última semana de agosto. Desde o início do surto, o país registou 3.792 casos e 2.529 mortos.
Epidemia
De acordo com as autoridades da Guiné Conacri, a doença não teve um impacto particular nos migrantes, que decidiram manter-se no território a trabalhar com os guineenses durante todo o período da epidemia.
O governo declarou tratar-se de uma nação de acolhimento de migrantes, onde quase não se pode distinguir entre cidadãos nacionais e estrangeiros com as fronteiras difíceis de controlar.
Sobrevivência
O grupo disse ter havido um "grande nível de pressão" para a sobrevivência em circunstâncias muito difíceis.
Quanto às questões dos migrantes, a Guiné Conacri declarou não ter capacidades a nível de Estado para gerar empregos para todos. A insuficiência deve-se às guerras civis em países vizinhos, que limitam o poder de lidar com o fluxo de migrantes e refugiados.
Leia Mais:
OMS confirma três novos casos de ébola na Guiné Conacri
OMS: novo caso de ébola na Serra Leoa leva à expansão de teste com vacina
Serra Leoa em contagem regressiva para ser declarada livre do ebola
Profissional da saúde infetado pelo ébola pela primeira vez em quatro semanas