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Ocha alerta sobre falta de acesso no leste da Ucrânia BR

Famílias ucranianas esperam entrega de ajuda humanitária. Foto: UNICEF Ukraine/Pavel Zmey

Ocha alerta sobre falta de acesso no leste da Ucrânia

Agência humanitária da ONU está se preparando para ajudar cerca de 5 milhões de pessoas na região; autoridades citam problemas de segurança, burocráticos e logísticos.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, fez um alerta sobre a falta de acesso aos mais necessitados no leste da Ucrânia.

Em preparação para a chegada do inverno, a agência da ONU está trabalhando para atender as necessidades da população considerada mais vulnerável, que pode chegar a 5 milhões de pessoas.

Desafios

De acordo com o último relatório, o Ocha citou vários desafios de acesso que incluem questões de segurança, logística e problemas burocráticos.

A agência calcula que 2 milhões de pessoas vivam nas regiões de divisa entre áreas controladas pelo governo e por grupos armados. Segundo o Ocha, essas são as pessoas que mais precisam de ajuda e são a prioridade nas operações de assistência.

O Escritório da ONU afirma que "as trocas de tiros e bombardeios nessas áreas colocam em risco as vidas de civis e aumentam o sofrimento".

Serviços Sociais

O Ocha explica que o problema piora porque as pessoas não podem fugir da região. Nas áreas controladas pelos grupos armados a população sofre ainda mais com a falta de serviços sociais, como por exemplo, o não pagamento de pensões e aposentadorias. Não existe um sistema bancário em funcionamento nessas regiões.

As agências humanitárias estão preocupadas também com 1,4 milhão de pessoas deslocadas nas áreas controladas pelo governo. Calcula-se que os idosos representem 60% desse total. As crianças chegam a quase 200 mil.

As organizações de ajuda têm pedido repetidamente a todas as partes envolvidas no conflito que assegurem total acesso humanitário.

Plano de Resposta

Além disso, o Ocha cita que o Plano de Resposta para a Ucrânia recebeu apenas 37% dos US$ 316 milhões necessários para cobrir as operações na região, o equivalente a R$ 1,1 bilhão.

A agência da ONU disse que o período de preparação para os esforços humanitários antes do inverno está terminando.

As autoridades explicam que se o acesso continuar restrito, as organizações não terão condições de transportar e armazenar suprimentos suficientes para atender às necessidades da população civil.