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Assassinato de especialista em patrimônio sírio é condenado pela Unesco BR

Palmira, Síria. Foto: Unesco

Assassinato de especialista em patrimônio sírio é condenado pela Unesco

Em Palmira, arqueologista Khaled Assad foi morto após ter ficado sequestrado durante um mês; em Damasco, funcionário do diretório geral de museus também foi assassinado; chefe da Unesco diz que história não pode ser silenciada.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, deplorou nesta quarta-feira a morte de dois especialistas sírios que geriam o Patrimônio Cultural do país.

Irina Bokova declarou estar “triste e indignada com o assassinato brutal de Khaled Assad, que supervisionava as antiguidades em Palmira, local considerado Patrimônio Mundial pela Unesco”.

Sequestro

O arqueólogo tinha 82 anos e agências de notícias relatam que militantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, decapitaram Assad, que trabalhava em Palmira há mais de 50 anos. Ele teria ficado sequestrado durante um mês, enquanto era questionado sobre a localização de objetos valiosos.

Segundo a diretora da Unesco, o arqueólogo foi morto “porque ele não traiu seu profundo compromisso com Palmira”. Bokova lembrou que Assad dedicou sua vida à “história preciosa da cidade, que foi rota do mundo antigo”.

Damasco

Para a chefe da Unesco, o trabalho de Khaled Assad sobreviverá “muito além do alcance dos extremistas”, que para ela, “mataram um grande homem, mas nunca irão silenciar a história”.

Irina Bokova também condenou a morte, em Damasco, do diretor-assistente dos laboratórios do Diretório Geral de Antiquidades e Museus. Qasem Abdullah Yehiya morreu durante um ataque de foguetes na semana passada.

Para a diretora da Unesco, a ação contra o Museu Nacional na capital síria “não teve sentido” e foi um “ato deplorável”. A Cidade Antiga de Damasco foi inscrita na lista de Patrimônios Mundiais em 1979.

*Apresentação: Leda Letra.

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