Crise do Burundi debatida por enviados internacionais em Nairobi
Sessão envolveu delegados da ONU, dos Estados Unidos, da União Europeia e da União Africana; apelo ao governo de Bujumbura é que use o diálogo para resolver instabilidade política.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Um grupo de representantes internacionais pediu contenção e a retomada urgente do diálogo no Burundi, numa reunião realizada esta quarta-feira na capital queniana Nairobi.
Estiveram presentes no encontro os enviados para a região dos Grandes Lagos do secretário-geral da ONU, Said Djunnit, dos Estados Unidos Thomas Parrielo, da União Europeia, Koen Varvaeke, e da União Africana, Ibrahima Fall.
Instabilidade
O grupo declarou que Governo do Burundi "não pode dar-se ao luxo de continuar a seguir um rumo marcado pela instabilidade, pela divisão, pelo extremo declínio económico e pela crise humanitária".
Mais de 200 mil burundeses procuraram abrigo na região devido à crise. A Tanzânia acolhe pelo menos 85,2 mil refugiados do país vizinho. Seguem-se o Ruanda, o Uganda, a República Democrática do Congo e o Quénia.
Retorno
A nota refere que um diálogo para trazer uma solução para a instabilidade política no Burundi é o melhor caminho para incentivar o retorno seguro refugiados e evitar a instabilidade regional.
Os delegados condenaram incidentes recentes no país, incluindo o assassinato de general Adolphe Nshimirimana, além de ataques contra o ativista de direitos humanos Pierre Claver Mbonimpa e o jornalista Esdras Ndikumana.
Credibilidade
O grupo pediu ao governo do Burundi que comece a restaurar a credibilidade através do envolvimento num diálogo político inclusivo com partidos políticos, após "meses de agitação e do processo eleitoral controverso".
Entre as formações políticas mencionadas como participantes pelos enviados incluem a oposição e o Cndd-Fdd no poder e sociedade civil.
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