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Ébola: OMS quer respostas para desafios de 13 mil sobreviventes

Cuidade e apoio aos sobreviventes. Foto: Unmeer/Martine Perret

Ébola: OMS quer respostas para desafios de 13 mil sobreviventes

Agência revela impacto com problemas pós-tratamento dos ex-pacientes na Guiné Conacri, na Libéria e na Serra Leoa; situação é considerada uma emergência dentro da outra.

Eleutério Guevane, Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, disse que procura dar uma atenção completa aos sobreviventes do ébola. Mais de 13 mil pessoas conseguiram recuperar-se da doença na Guiné Conacri, na Libéria e na Serra Leoa.

A capital liberiana Freetown acolheu esta semana um grupo de cientistas, especialistas e técnicos de saúde que abordaram as investigações para melhorar o atendimento clínico e o bem-estar dos sobreviventes.

Problemas de Saúde

Os sinais comuns após a recuperação incluem graves dores nas articulações e problemas visuais que podem levar à perda da visão. Há registos de fadiga grave, dores de cabeça, falta de concentração e problemas de saúde mental.

A agência da ONU reconheceu, entretanto, que existem dados muito limitados sobre os tipos e a frequência desses casos ou das melhores práticas para gerir o estado dos ex-pacientes.

Vida Normal

Em conferência de imprensa, o representante da OMS para a Serra Leoa reconheceu que nunca houve um grande número de sobreviventes.

Anders Nordstrom declarou que é uma responsabilidade única e importante cuidar e apoiar aos que se estão a restabelecer para que tentem voltar a ter uma vida normal.

Recuperação

Para ele, sair dos centros de tratamento é apenas o princípio porque os países afetados pela doença também têm um longo caminho para a recuperação.

Os médicos, epidemiologistas e outros profissionais de saúde pública falaram de experiências no terreno, das lacunas nos serviços e na infraestrutura necessária para lidar com casos dos sobreviventes.

Emergência

O plano é de criar grupos de pessoas em recuperação, melhorar o acesso aos cuidados, partilhar dados das pesquisas em curso e identificar lacunas de conhecimento.

O chefe da equipa de atendimento clínico da OMS, Daniel Bausch, disse que as pessoas devem ser apoiadas não apenas para se restaurar "mas também para prosperar". Ele considera a situação uma emergência dentro da outra.

Nordstrom disse que, por um lado, é urgente a construção de serviços para cuidar dos sobreviventes. Por outro, o especialista apontou que todos os países afetados também de alguma forma a restabelecer-se e devem ser construídos os sistemas de saúde.

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