OMS: cólera causou 150 mortes no Haiti somente este ano
Número de casos em 2015 no país chega a 17,8 mil; agência da ONU afirma que doença é grande preocupação de saúde pública para governos.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.*
A Organização Mundial da Saúde, OMS, está fazendo um alerta sobre a ameaça de uma epidemia de cólera, que deve ser uma “grande preocupação de saúde pública para governos” e para a comunidade internacional.
O país com maior número de casos é o Haiti, que registrou quase 734 mil pessoas com cólera desde outubro de 2010, com mais de 8,8 mil mortes.
Causas e Sintomas
Somente neste ano, no Haiti, foram mais de 17,8 mil casos e 150 mortes.
O cólera é uma infecção intestinal aguda causada pela ingestão de comida ou de água contaminada com a bactéria Vibrio cholerae. O período de incubação é curto, de um a cinco dias.
A OMS explica que a batéria causa diarreia e vômitos, podendo levar à desidratação grave e à morte, caso o paciente não seja tratado rapidamente.
Tratamento
Segundo a agência, o uso de vacinas orais está sendo um meio eficaz de controle da doença. Programas de vacinação estão ocorrendo em comunidades em risco.
A OMS informa que, além da vacina oral, práticas de higiene e saneamento e consumo de água potável são essenciais para evitar o cólera.
África
Nesta segunda-feira, a OMS destacou que os surtos no Sudão do Sul e na Tanzânia estão ligados à insegurança e aos deslocamentos de pessoas. O total de casos suspeitos ou confirmados na Tanzânia ultrapassa os 4,7 mil, registrados desde o início de maio.
Já o Sudão do Sul teve de 630 casos, com 30 mortes. O país tem 75 vilarejos afetados pela infecção, muitos na capital, Juba.
Em outros dois países, o Iêmen e o Nepal, a agência da ONU trabalha com autoridades locais na preparação para um possível surto de cólera e também para tratar de casos de diarreia aguda.
Controle
Para o controle do cólera, a OMS está reforçando sua colaboração com parceiros internacionais em três situações. A primeira, em condições endêmicas, onde a doença é forte, como em regiões da República Democrática do Congo.
A segunda é em surtos repentinos, quando a vacinação mostra-se a resposta mais eficaz, como no caso da Guiné e no Malaui.
Contribuição
E a terceira alternativa é quando o cólera surge como consequência de uma crise humanitária, como no Sudão do Sul e na Tanzânia, onde milhares de deslocados foram vacinados contra a infecção.
Graças a uma contribuição de parceiros como a Fundação Bill e Melinda Gates, da Fundação Elma de Vacinas e a União Europeia, foram disponibilizadas 2 milhões de doses de vacina desde 2013, mas é possível que o total suba para 3 milhões neste ano.
*Apresentação: Laura Gelbert.