Ebola: investimentos podem ser perdidos se “trabalho não for concluído”
Avaliação é do secretário-geral da ONU; plenária informal na Assembleia Geral nesta terça-feira discute o surto da doença.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
Uma plenária informal na Assembleia Geral da ONU discute nesta terça-feira a questão do ebola. Falando aos participantes, o secretário-geral das Nações Unidas transmitiu uma “mensagem de cautela”.
Segundo Ban Ki-moon, o “mundo se uniu para combater o surto, mas os investimentos e sacrifícios podem ser perdidos a não ser que o trabalho seja concluído”.
Zero Caso
A Libéria foi declarada livre do ebola no dia 9 de maio, após 42 dias com nenhum caso. O chefe da ONU declarou que este é um “progresso notável” onde antes foi “o país mais afetado”.
Ban disse que isso prova o poder da liderança nacional forte, comunidades proativas e apoio internacional em solidariedade à população do país.
Ele saudou a Libéria por alcançar este marco, mas lembrou que “a partida ainda não está ganha” na Serra Leoa e na Guiné.
Segundo o secretário-geral, o “envolvimento comunitário e a fiscalização ativa são essenciais” e qualquer lapso na vigilância pode permitir que o vírus se espalhe. Ban afirmou que a Missão de Emergência da ONU para o Ebola, Unmeer, continua ágil.
Recuperação e Fortalecimento
O secretário-geral declarou que as Nações Unidas vão trabalhar com os governos nacionais e parceiros regionais para garantir que todos os investimentos no combate ao ebola sirvam como base para recuperação e fortalecimento de longo prazo dos sistemas nacionais de saúde.
Para o chefe da ONU, a epidemia mostrou, entre outras coisas, como é importante prevenir crises sanitárias.
No dia 10 de julho, Ban vai realizar uma Conferência Internacional de Recuperação do Ebola. Entre outras questões, o encontro vai ajudar a mobilizar os recursos necessários para a rápida recuperação dos países mais atingidos.
O secretário-geral afirmou que é preciso “traduzir as lições aprendidas com o surto de ebola em sistemas nacionais e internacionais mais fortes para prevenir e responder a crises de saúde”.
Por isso, ele disse ter nomeado um painel de alto nível independente sobre a resposta global a crises de saúde. O ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa do Brasil, Celso Amorim, participa desse grupo.
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