Secretário-geral nomeia painel de alto nível sobre financiamento humanitário
Em comunicado, Ban Ki-moon mencionou como grande desafio a lacuna cada vez maior entre o crescente número de pessoas que precisa de assistência e os recursos para fornecer a ajuda; número de pessoas que precisam de ajuda mais do que duplicou desde 2004.
Laura Gelbert, da Rádio ONU, em Nova York.
O secretário-geral da ONU nomeou um painel de alto nível sobre financiamento humanitário.
Em comunicado, Ban Ki-moon afirmou que um dos desafios mais importantes enfrentados atualmente pelo sistema humanitário é a diferença cada vez maior entre o crescente número de pessoas que precisam de assistência e os recursos para fornecer a ajuda.
Crescimento Dramático
Em nota, o chefe da ONU mencionou que na última década a demanda por ajuda humanitária subiu “dramaticamente”. O número de necessitados mais do que duplicou desde 2004, para mais de 100 milhões no momento.
As necessidades de financiamento humanitário para 2015 estão em US$ 19,1 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 58 bilhões. O valor em 2004 era US$ 3,4 bilhões.
Segundo Ban, isso é resultado de diversos fatores incluindo conflitos prolongados que estão forçando um número recorde de pessoas a saírem de suas casas, escassez de água, insegurança alimentar, mudanças demográficas, rápida urbanização e mudança climática.
Além disso, ele afirmou ser esperado que agentes humanitários fiquem mais tempo em países e regiões afetadas por crises de longa duração e conflitos.
Recomendações
Para o painel, o secretário-geral nomeou personalidades da Bulgária, Malásia, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, África do Sul, Botsuana, Canadá, Suécia e Sri Lanka.
Os integrantes vão examinar desafios de financiamento humanitário e identificar formas de fechar as lacunas entre necessidades crescentes e recursos disponíveis.
Entre outras coisas, o grupo também vai trabalhar para buscar formas de utilização mais eficiente dos recursos.
O painel deve submeter suas recomendações ao secretário-geral em novembro. As sugestões vão ajudar a moldar as dicussões na Cúpula Humanitária Mundial em maio de 2016.