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Enviado da ONU pede "oportunidade de diálogo" no Burundi

Said Djinnit. Foto: ONU/Amanda Voisard

Enviado da ONU pede "oportunidade de diálogo" no Burundi

Organização apoia acordo que deve definir condições para continuação do processo eleitoral; África Oriental enviou ministros de quatro países para consultas em Bujumbura; alguns bairros da capital tiveram manifestações.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O enviado especial do secretário-geral da ONU para a Região dos Grandes Lagos pediu "uma oportunidade de diálogo" a todas as partes envolvidas na crise do Burundi.

As declarações de Said Djinnit foram feitas na terça-feira, na abertura do encontro que reúne todos os envolvidos no processo eleitoral deste ano em Bujumbura.

Esforços

O evento é organizado pelo Governo do Burundi com o apoio da Missão de Observação Eleitoral das Nações Unidas no país, Menub. A principal cidade burundesa continua entretanto sob forte aparato de forças de segurança, segundo o porta-voz Vladimir Monteiro.

Falando à Rádio ONU, de Bujumbura, o representante deu conta da presença de governantes regionais no país como parte dos esforços para que a situação seja tranquilizada.

Delegação

"Houve algumas manifestações em alguns bairros. A presença policial e militar mantém-se para evitar qualquer problema. Vamos continuar a trabalhar com esses autores nacionais tendo em vista, ao mesmo tempo, o desenvolvimento de outras atividades. Por exemplo, chegou uma delegação ministerial dos países da comunidade Leste Africana. O Burundi faz parte da Comunidade para a África do Leste e os quatro ministros do Uganda, do Ruanda, da Tanzânia e do Quénia vieram a Bujumbura para consultas."

Tensão

No encontro com representantes do país, Said Djinnit pediu um compromisso das forças políticas para a promoção da calma e que estas se abstenham de qualquer ato que possa manter a tensão.

Na reunião, o primeiro vice-presidente do Burundi, Prosper Bazombaza, disse que o seu governo está  disposto a dialogar ao pedir a cessação imediata da violência.

Prisões e Mandados

Bazombaza afirmou que o executivo está pronto para libertar os jovens detidos nas manifestações, caso estas cessem, e que pode suspender os mandados de prisão contra os organizadores protestos. O responsável acrescentou ainda que está em curso o diálogo com os media.

Djinnit disse que o atual processo deve culminar com um acordo sobre as condições que permitam continuar com o processo eleitoral e realizar eleições livres, transparentes, inclusivas e pacíficas no Burundi.

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