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OMS: resistência a antibióticos é o maior desafio contra doenças infecciosas BR

Foto: Unodc

OMS: resistência a antibióticos é o maior desafio contra doenças infecciosas

133 países participaram da pesquisa da agência, mas apenas 34 nações têm um plano para combater o problema;  Organização Mundial da Saúde pede mais ação contra o que considera ser uma “ameaça global”.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização Mundial da Saúde divulgou esta quarta-feira, em Genebra, os resultados de uma pesquisa sobre ações contra a resistência antimicrobiana. Dos 133 países que responderam ao estudo, apenas 34 declararam ter planos nacionais para evitar que vírus e bactérias resistam a medicamentos.

O sudeste da Ásia e a Europa são as regiões com a maior proporção de países que tem planos do tipo: 45% e 43%, respectivamente. Da região das Américas, 26 países responderam a pesquisa, incluindo o Brasil, mas apenas três nações garantiram ter um programa contra a resistência a antibióticos. Mas a OMS não divulgou os nomes dos países.

Desafio Global

A OMS destaca que existem “enormes brechas nas ações necessárias para prevenir o mal uso dos antibióticos e reduzir a resistência”. Segundo o diretor-assistente da agência para Segurança de Saúde, Keiji Fukuda, “este é o maior desafio das doenças infecciosas atualmente”.

Ele explica que todos os tipos de vírus e parasitas estão se tornando resistentes aos medicamentos. Segundo Fukuda, esse problema está ocorrendo em todas as partes do mundo, por isso os países precisam fazer sua parte para combater essa “ameaça global”.

Infecções

A pesquisa da OMS é a primeira a compilar a resposta dos governos à resistência a medicamentos usados para tratar infecções do sangue, pneumonia, tuberculose, malária e HIV.

O médico Keiji Fukuda destaca que além da OMS, cientistas e outras autoridades de saúde vêm alertando sobre o “potencial impacto catastrófico de se ignorar a resistência a antibióticos”.

Venda sem Prescrição

Um dos problemas é que em muitos países, os antibióticos são vendidos sem prescrição médica e a conscientização do público é pequena, o que leva muitas pessoas a acreditar que os medicamentos serão realmente eficientes contra infecções virais.

A OMS lista ações que precisam ser implementadas pelos governos: ter um plano nacional, com participação da sociedade civil; aumentar a vigilância e a capacidade dos laboratórios; garantir acesso a medicamentos essenciais, desde que tenham sua qualidade garantida.

Além disso, a agência diz que é importante regular e promover o “uso racional” dos remédios; melhorar a prevenção e controle de infecções e promover inovação e pesquisas na área.