Ameaça do extremismo levou ao aumento da pena de morte em 2014
Afirmação é do subsecretário-geral da ONU para os Direitos Humanos; em congresso em Doha, Ivan Simonovic volta a destacar não haver evidências sobre aplicação da pena capital e redução dos crimes.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.*
A percepção da ameaça do extremismo violento e os perigos do tráfico de drogas contribuíram para o aumento das sentenças de morte em 2014, de acordo com o subsecretário-geral da ONU para os Direitos Humanos.
Ivan Simonovic está em Doha, no Catar, participando do Congresso da ONU sobre Prevenção do Crime e Justiça Criminal e falou com a Rádio ONU.
Eficácia
O subsecretário-geral explicou não haver evidências científicas de que a pena de morte evita crimes ou de que é mais eficiente do que sentenças mais longas ou prisão perpétua.
Segundo Simonovic, há muita pesquisa científica sobre a pena de morte, mas nenhuma prova sobre sua relação com a contenção dos crimes. Para ele, é importante frisar que a pena capital não é uma maneira eficiente de combater a criminalidade.
Marginalizados
O subsecretário-geral destacou que o Escritório da ONU de Direitos Humanos lançará em breve um livro sobre o assunto, focando não haver nenhum sistema legal livre de erros, mas reforçando que quando se tira a vida de uma pessoa, é impossível voltar atrás.
Simonovic lembrou que outro problema relacionado com a pena de morte é que a sentença afeta de forma desproporcional os grupos marginalizados, como as pessoas mais pobres, minorias raciais e religiosas e trabalhadores migrantes.
*Com reportagem de Reem Abaza, enviada da Rádio ONU a Doha.
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