Relatora sobre minorias preocupada com aumento de ataques na Nigéria
Rita Izsak apresentou ao Conselho de Direitos Humanos seu documento final sobre a visita que fez ao país; segundo a relatora, as causas da violência são complexas e vão além de religião e etnia.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Conselho de Direitos Humanos ouviu, esta quarta-feira, a relatora especial sobre questões das minorias. Rita Izsak apresentou o informe final sobre sua visita à Nigéria, ocorrida em fevereiro do ano passado.
A relatora explicou que pôde ver, em primeira mão, a diversidade da Nigéria, país que tem mais de 250 grupos étnicos e várias línguas faladas. Rita Iszak destacou a violência inter-comunitária e disse ter ficado “chocada” com o aumento dos ataques e assassinatos perpetrados pelo Boko Haram em várias localidades.
Causas Complexas
Durante sua visita ao terreno, a relatora conversou com integrantes do governo, da sociedade civil, líderes religiosos e comunitários. Ao Conselho de Direitos Humanos, Iszak disse que ficou claro que as causas da violência não podem ser apenas étnicas ou religiosas, já que são muito mais complexas e interligadas.
A relatora citou a competição por recursos, a pobreza, problemas de governação e impunidade. Rita Iszak recomenda o estabelecimento de regulamentação legal sobre o status nativo e garantia de que nenhuma pessoa seja discriminada ou excluída do acesso a serviços básicos ou da participação da vida social, política e cultural.
Por outro lado, a relatora sobre direitos das minorias elogiou o governo nigeriano por implementar programas de preservação das línguas minoritárias. No Conselho, Iszak reiterou a importância de eleições justas, transparentes e livres de violência, uma vez que os cidadãos preparam-se para ir às urnas no fim do mês.
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