Perspectiva Global Reportagens Humanas

Lusófonos falam de participação em encontro internacional sobre a mulher

Impactos da discriminação e desigualdade . Foto: ONU

Lusófonos falam de participação em encontro internacional sobre a mulher

A Rádio ONU conversou com representantes do Brasil, Portugal e Moçambique; desafios africanos serão debatidos em painel sobre direitos femininos, nesta quarta-feira; encontro anual da comissão sobre o Estatuto da Mulher termina esta semana.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Participantes lusófonos da 59ª Sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, CSW, falaram do evento que decorre até esta sexta-feira em Nova Iorque.

A estudante de comunicação portuguesa, Carolina Semedo, é membro de Girl Effect, um grupo de meninas do país. Ela relata as experiências de participação em painéis do movimento feminino Graal e da Missão dos Estados Unidos na ONU.

Políticas

Carolina Cut 01

"Apesar de ainda aqui estar, sinto que vou chegar a Portugal e só no país vou-me aperceber do que vivi aqui. Isto agora parece um filme, um sonho, uma coisa muito grande. Aqui tive mais contacto e sempre defendi o meu ponto de vista em termos de política e do número de mulheres na política, uma coisa que em Portugal é entristecedora. Mas, sobretudo, falamos da crise política e económica que atravessamos e do número de famílias que ainda se encontram pobres."

Do Brasil, a técnica de estatística Nathalia Mirha disse que está envolvida na área nos Estados Unidos para melhorar a questão dos dados sobre países em desenvolvimento. A ocasião foi para estabelecer contactos para recolha de informação de governos.

Lei e Prática

"A gente vê a desigualdade na segurança física, onde a onde a mulher não pode sair de casa, tem medo e insegurança. A gente vê a diferença em direitos legais muitas vezes, e não só na lei mas nos costumes. Uma coisa que a gente tem visto muito é a diferença entre lei e prática, isso é uma coisa que a gente quer ver mudando."

Um dos destaques desta sessão da CSW é medir a implementação das recomendações da Conferência Mundial sobre as Mulheres, realizada há 20 anos em Pequim. O moçambicano Júlio Langa integra a Rede Homens pela Mudança, Hopem, e disse que deve ser motivada a participação do grupo nesse combate para atingir melhores resultados no combate à discriminação.

Envolver Homens

"Viemos cá para apoiar a agenda igualdade de género e as questões de envolvimento dos homens não só a Moçambique mas também de uma forma um pouco mais abrangente. Nós fazemos também parte da Rede Men Engage África. O CSW é um evento importante, especialmente agra que estamos a falar do evento e mais os 20 anos da declaração de Pequim."

Como parte da revisão e avaliação de Pequim, os desafios de África serão discutidos num painel sobre progressos nos direitos nas mulheres e meninas como marginalizadas e desfavorecidas.

O evento vai apresentar as opções políticas para prevenir e lidar com impactos da discriminação e das várias facetas da desigualdade em relação aos dois grupos.