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OIM confirma mortes e desaparecidos em naufrágios no Mediterrâneo

OIM chamada em vários pontos.

OIM confirma mortes e desaparecidos em naufrágios no Mediterrâneo

Até o momento não se conhece o número de pessoas perdidas do barco que transportava 150 migrantes; maioria dos sobreviventes seria originária da África Subsaariana; acidente ocorreu no Canal da Sicília.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização Internacional para Migrações, OIM, confirmou esta sexta-feira a morte de pelo menos 10 migrantes no mar Mediterrâneo. Vários outros desapareceram após o naufrágio de uma embarcação com 150 pessoas.

O afundamento de um barco de madeira, esta semana, fez igualmente feridos logo depois da chegada de uma equipa de salvamento ao local. As informações são baseadas em relatos de sobreviventes dados aos funcionários da agência no porto de Augusta, na Sicília.

África Subsaariana

No total, 941 imigrantes foram resgatados na terça-feira e quarta-feira no canal da ilha italiana. A OIM diz não ter ainda informação detalhada sobre as suas nacionalidades, embora a maioria dos sobreviventes tenha aparentemente como origem a África Subsaariana sendo composta por cidadãos eritreus, sírios e palestinianos.

Como o retomar da temporada de contrabando humano em março, a agência disse que o seu pessoal é convocado para vários pontos de desembarque no Mediterrâneo. Esta semana, mais de mil migrantes foram colocados no mar por quadrilhas líbias de contrabando.

As pessoas são resgatadas de embarcações de borracha ou de barcos de pesca de madeira para depois serem levadas também para os portos de Empédocles e Pozzallo, na Sicília.

Perigo

O diretor do Gabinete de Coordenação da OIM para o Mediterrâneo disse que a notícia de mortos confirma mais uma vez como as viagens marítimas com destino à Europa são extremamente perigosas.

Frederico Soda disse que o receio é que a tendência continue com a situação na Líbia. Relatos de migrantes do país, chegados à Itália, confirmam os perigos de permanecer no território e o aumento da violência e da crueldade dos organizadores da travessia.

Mulheres e Crianças

Na quarta-feira, a OIM disse que respondeu também a um pedido de resgate de 86 migrantes africanos retirados do mar na noite anterior de Zarzis, na Tunísia. No barco estavam cinco mulheres, uma das quais grávida, além de menores desacompanhados.

Há também depoimentos de nigerianos, na sua maioria cristãos da região de Cano, que fugiram de ataques da milícia Boko Haram e que esperam pedir asilo na Itália.

A OIM realça que em janeiro e fevereiro do ano passado ocorreram cerca de 5,5 mil chegadas pelo mar. Este ano, até quinta-feira foram registados 8,8 mil entradas, num aumento atribuído às graves crises e instabilidade internacional.

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