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Mediterrâneo é rota “mais fatal” para migrantes, diz agência parceira da ONU BR

Mais de 2 mil pessoas morreram a atravessar o mar Mediterrâneo este ano. Foto: OIM/Francesco Malavolta

Mediterrâneo é rota “mais fatal” para migrantes, diz agência parceira da ONU

Segundo a Organização Internacional para Migrações, mais de 2 mil pessoas morreram até o momento neste ano tentanto atravessar o mar.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

Mais de 2 mil migrantes morreram até o momento este ano tentando atravessar o Mediterrâneo para chegar à Europa. Segundo a Organização Internacional para Migrações, OIM, isto confirma que esta é a “rota mais fatal para migrantes em busca de uma vida melhor”.

Ainda de acordo com a agência parceira da ONU, no mesmo período do ano passado, 1.607 migrantes morreram. Em todo o ano, um total de 3.279 perderam a vida.

Canal da Sicília

Assim como em 2014, a grande maioria morreu no Canal da Sicília na rota do Mediterrâneo Central que liga a Líbia à Itália. Segundo a OIM, embarcações sem condições de navegar usadas por contrabandistas e traficantes aumentam muito a probabilidade de que tragédias aconteçam.

Estatísticas sugerem que a rota do Mediterrâneo Central é muito mais perigosa do que as outras. Neste ano, a Itália e a Grécia registraram um número similar de migrantes chegando, aproximadamente 97 mil e 90,5 mil respectivamente.

Inaceitável

No entanto, as taxas de mortalidade são muito diferente. Cerca de 60 pessoas morreram tentanto chegar à Grécia e 1.930 tentanto chegar à Itália.

Segundo o diretor-geral da OIM, é “inaceitável” que no século 21, pessoas fugindo de conflito, perseguições e miséria tenham que suportar tais experiências em seus países de origem, no caminho, e depois “morrer às portas da Europa”.

Esforços

Apesar destas tragédias, a OIM reconhece os “esforços extraordiários” de forças marítimas no Mediterrâneo, que continuam a salvar migrantes no mar diariamente.

Segundo a agência, a perda de vidas foi muito reduzida nos últimos meses e isso seria em grande parte devido ao aumento da operação Triton, que conta agora com mais embarcações patrulhando águas internacionais, onde muitos migrantes encontram dificuldades.

Cerca de 188 mil migrantes foram resgatados no Mediterrâneo até o momento este ano. A  OIM apoia “firmemente” a continuação deste nível de resposta.

A agência parceira da ONU acredita que mais migrantes vão tentar chegar à Europa durante o verão e que a marca de 200 mil será alcançada em breve.

A OIM mencionou ainda relatos de imprensa sobre a morte de um de marroquino de 27 anos. Ele foi sufocado enquando estava escondido em uma mala em direção ao sul da Espanha.

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