Relatório da ONU descreve “tumulto e ilegalidade” na Líbia
Documento foi preparado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas de Direitos Humanos e pela Missão de Apoio na Líbia; especialistas citam “um quadro desolador” dos direitos humanos no país.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A ONU alerta que a Líbia está atravessando uma situação de “tumultos e ilegalidade” crescentes, impulsionados pelas ações de grupos fortemente armados e um ampla crise política.
A declaração consta de um relatório divulgado esta terça-feira pelo Alto Comissariado das Nações Unidas de Direitos Humanos e pela Missão da ONU de Apoio na Líbia, Unsmil.
Quadro Desolador
O porta-voz do Alto Comissariado, Rupert Colville, disse que o documento mostra “um quadro desolador” dos direitos humanos no país em 2014.
Ele afirmou que “a violência desenfreada e as lutas, principalmente nas duas maiores cidades Trípoli e Benghazi, estão a afetar duramente os civis, de uma forma geral, e também a grupos específicos de minorias”.
O relatório cita que ataques aéreos e artilharia indiscriminada são comuns. Hospitais, escolas e aeroportos foram atacados ou estão a ser usados para fins militares.
O documento menciona “muito sofrimento entre crianças, com muitas sem condições de frequentar escolas e outras mortas ou mutiladas em suas casas ou durante ações militares em escolas ou hospitais".
Mulheres
Os especialistas citam ainda casos de violência contra mulheres, intimidação, tortura e raptos.
Os conflitos e a destruição de propriedades causaram um deslocamento interno em massa que passou de 60 mil no início de 2014 para cerca de 400 mil em novembro.
O Alto Comissariado e a Unsmil pediram o fortalecimento das instituições do Estado, prestação de contas das violações dos direitos humanos cometidas no país e ainda apoio ao diálogo político entre governo e grupos de oposição.
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