Quarteto para o Oriente Médio quer retomada das negociações de paz
Em encontro em Munique, mediadores defendem processo que respeite soberania dos palestinos e preocupações dos israelenses com segurança; grupo destaca demora da reconstrução em Gaza e falta de verbas.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Representantes do Quarteto para o Oriente Médio reuniram-se este domingo em Munique, na Alemanha, onde discutiram a situação na região. Participaram do encontro o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov; o secretário de Estado americano, John Kerry; a alta representante de política externa da União Europeia, Federica Mogherini e o vice-secretário-geral das Nações Unidas, Jan Eliasson.
Os mediadores defenderam que as negociações precisam ser retomadas assim que possível, com a meta de se alcançar um acordo de paz duradouro. O Quarteto destacou que a paz sustentável pede que as aspirações dos palestinos por soberania e as aspirações dos israelenses por segurança sejam alcançadas por meio de negociações baseadas numa solução de dois Estados.
Garantias
Para isso, o grupo destacou a importância da Iniciativa Árabe de Paz, que prevê o fim do conflito árabe-israelense e o papel vital dos parceiros árabes. O Quarteto para o Oriente Médio afirmou que continua engajado em preparar a retomada do processo de paz, fazendo contatos diretos e frequentes com os países árabes.
Enquanto a retomada das negociações não ocorre, o Quarteto pede aos dois lados para evitar ações que possam prejudicar a confiança no processo. Segundo os mediadores, é importante garantir que os desafios fiscais enfrentados pelos palestinos sejam resolvidos.
Financiamentos
Neste sentido, o grupo afirmou estar muito preocupado com a “situação difícil em Gaza, onde o ritmo dos trabalhos de reconstrução precisam ser acelerados para garantir estabilidade e serviços básicos à população”.
O Quarteto ressaltou que o financiamento de países doadores é crítico e pediu que os compromissos financeiros firmados em outubro, no Cairo, sejam atendidos, incluindo o envio de verbas para agências da ONU que ajudam civis em Gaza.
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