Unicef quer conter casos de sarampo em países afetados pelo ébola
Agência ajuda campanha de vacinação cuidadosamente orientada para reduzir crianças não imunizadas; casos confirmados de sarampo quase quadruplicam na Guiné Conacri e aumentaram nas nações vizinhas em 2014.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O aumento de casos de sarampo está a preocupar os países afetados pelo ébola devido à vulnerabilidade criada pela queda nas taxas de cobertura da imunização.
A informação foi dada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, que anunciou a oferta de ajuda aos governos e comunidades para a retomada das vacinações.
Medo
A agência da ONU disse que nessas nações, os sistemas de saúde estão sobrecarregados enquanto dezenas de milhares de crianças estão expostas a doenças fatais.
Grande parte dos casos de transmissão do sarampo na África Ocidental ocorre entre dezembro a março. De acordo com o Unicef, enquanto as autoridades tentam gerir a crise de ébola as pessoas evitam ir às unidades sanitárias por temer contrair a doença.
Com a ajuda de parceiros, o Unicef intensifica a vacinação de rotina cuidadosamente orientada para reduzir rapidamente o número de crianças não imunizadas. O tipo de campanha decorre enquanto continuam interrompidas as ações que envolvem a vacinação de multidões.
O diretor-regional do Unicef para a África Ocidental e Central lembrou que o sarampo é uma importante causa de mortes infantis e que pode ser facilmente prevenido através de uma vacina segura e eficaz.
Vida das Crianças
Para Manuel Fontaine, o problema é que as taxas de imunização caíram significativamente nesses países ameaçando ainda mais a vida das crianças.
A agência considera que quebrar o ciclo de transmissão do ébola e melhorar os serviços de saúde, incluindo a vacinação, devem ser feitos em conjunto para que o vírus do sarampo seja contido e evitadas mortes infantis em grande escala.
Na Guiné Conacri, o número de casos confirmados de sarampo quase quadruplicou ao passar de 59 em 2013, para 215 no ano passado. Na Serra Leoa, o valor triplicou ao evoluir de 13 para 39 durante o mesmo período.
A Libéria, que não tinha registos de sarampo em 2013, teve quatro casos confirmados na área de Lofa, uma das mais atingidas pelo ébola. Entre maio e outubro o país teve uma queda de 71% a 55% na taxa de vacinação mensal contra o sarampo.