Perspectiva Global Reportagens Humanas

Na COP 20, Ban diz que momento é de transformação e não de arranjos

Ban Ki-moon em discurso na Cop 20. Foto: ONU/Mark Garten

Na COP 20, Ban diz que momento é de transformação e não de arranjos

Secretário-geral pede texto equilibrado, bem estruturado e coerente para acordo em Paris; pronunciamento feito em Lima pede clareza nas decisões para cumprir a promessa de apoios aos países em desenvolvimento.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque. 

O secretário-geral das Nações Unidas disse que o momento é de transformação e não de arranjos, ao discursar na Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, COP 20.

Ban Ki-moon fez o pronunciamento em Lima, esta terça-feira, no arranque do segmento de alto nível da Conferência, que contou com a presença de representantes de governos.

O responsável disse haver uma oportunidade de se continuar dentro do limite máximo do aumento da temperatura global de menos de 2 graus Celsius, como foi internacionalmente acordado. Mas realçou que a janela de oportunidades está a estreitar-se rapidamente.

Ban disse que já é sabido que ao abordar as alterações climáticas provocadas pelo homem podem ser construídas sociedades mais resilientes, prósperas e saudáveis. Mas pediu ação imediata e que todos os países façam parte da solução, além do envolvimento de toda a sociedade.

Projeto Equilibrado

Ban considerou prioritário que o encontro de Lima culmine com um projeto de texto equilibrado, bem estruturado e coerente para o acordo de 2015, que ofereça uma base clara e sólida para as negociações no próximo ano em Paris.

O chefe da ONU disse que são necessários progressos tangíveis para tornar sólido o regime de financiamento climático.

Países Vulneráveis

Ele também destacou que deve ser priorizado o apoio à adaptação e construção da resiliência para os mais vulneráveis, especialmente os países menos desenvolvidos e os pequenos Estados insulares em desenvolvimento.

Ban propôs também que haja uma decisão para estimular e facilitar a cooperação em ações que incluem o setor privado, a sociedade civil, as cidades e outros atores.

O chefe da ONU quer uma definição clara de como alcançar a meta de US$ 100 mil milhões anuais até 2020 em apoios para os países em desenvolvimento.

Em relação ao financiamento privado, Ban também afirmou que deve-se atingir ou superar os US$ 200 mil milhões confirmados pelo setor financeiro na Cimeira do Clima, realizada em setembro passado na sede das Nações Unidas.