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ONU precisa de 16,4 mil milhões para ações de ajuda humanitária em 2015

António Guterres. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

ONU precisa de 16,4 mil milhões para ações de ajuda humanitária em 2015

Africanos Sudão do Sul e República Centro-Africana estão no topo das prioridades ao lado da Síria e do Iraque; apelo humanitário deve apoiar a 57,5 milhões de pessoas em todo o mundo.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque. 

As Nações Unidas pediram à comunidade internacional US$ 16,4 mil milhões para ajudar a cerca de 57,5 milhões de pessoas em 2015.

O apelo humanitário, lançado esta segunda-feira, em Genebra, é marcado pelo que a ONU classifica como “aumento da disparidade entre as necessidades humanitárias e os recursos disponíveis para a resposta”.

Prioridades

A subsecretária-geral para Assistência Humanitária, Valerie Amos, disse que Síria, Sudão do Sul, Iraque e República Centro-Africana continuarão no topo das prioridades das agências da área no próximo ano. As crises representam mais de 70% das necessidades de financiamento.

A maior quantia do pedido vai para a Síria, que precisa de US$ 7,2 mil milhões. As Nações Unidas realçam que o conflito danificou ou destruiu a infraestrutura essencial do país.

O número de mortos chegou a 191 mil e outros mais de 12,2 milhões de sírios carecem de ajuda urgente, incluindo mais de 5 milhões de crianças. A organização estima que 7,6 milhões de pessoas vivem como deslocadas internas e outros 3,2 milhões estão refugiadas nos países vizinhos.

Necessidades

A lista inclui a República Democrática do Congo, o Sudão, o Afeganistão, a Ucrânia e Mianmar. Por detrás das necessidades estão conflitos de longo prazo,  violência e desastres naturais, incluindo secas e inundações.

O alto comissário da ONU para Refugiados disse que simplesmente não há como responder às situações humanitárias observadas em cada região e “em conflito após conflito”.

António Guterres  frisou que as necessidades ligadas a refugiados, deslocados, comunidades anfitriãs e ouras vítimas de conflitos crescem exponencialmente.

O Haiti e as Filipinas são as duas únicas nações que precisaram de recursos este ano que já não estão incluídas no apelo global para 2015.

Insegurança

Em relação aos conflitos em África, a ONU destaca que a violência no Sudão do Sul provocou 1,9 milhões de deslocados em 2014. Cerca de 500 mil refugiaram-se nos países vizinhos e 1,4 milhão são deslocados internos. O mais novo país africano tem 1,5 milhão de pessoas em situação de insegurança alimentar grave.

Na República Centro-Africana,  a violência provocou deslocamentos à larga escala que agravaram as necessidades humanitárias. O conflito fez fugir um quarto da população, o equivalente a 1 milhão de pessoas, para  dentro do país ou foram forçadas a atravessar as fronteiras.

Iraque

O Iraque consta das crises de mais alto nível declaradas pela comunidade humanitária. O país deve necessitar de assistência significativa em 2015 devido ao conflito e a insegurança que movimentaram mais de 2,1 milhões de pessoas.

Calcula-se que 5,2 milhões de iranianos precisam de ajuda. Cerca de 2,2 milhões estão em áreas sob o controle do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, onde as agências humanitárias afirmam haver pouco ou nenhum acesso.