ONU precisa de 16,4 mil milhões para ações de ajuda humanitária em 2015
Africanos Sudão do Sul e República Centro-Africana estão no topo das prioridades ao lado da Síria e do Iraque; apelo humanitário deve apoiar a 57,5 milhões de pessoas em todo o mundo.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
As Nações Unidas pediram à comunidade internacional US$ 16,4 mil milhões para ajudar a cerca de 57,5 milhões de pessoas em 2015.
O apelo humanitário, lançado esta segunda-feira, em Genebra, é marcado pelo que a ONU classifica como “aumento da disparidade entre as necessidades humanitárias e os recursos disponíveis para a resposta”.
Prioridades
A subsecretária-geral para Assistência Humanitária, Valerie Amos, disse que Síria, Sudão do Sul, Iraque e República Centro-Africana continuarão no topo das prioridades das agências da área no próximo ano. As crises representam mais de 70% das necessidades de financiamento.
A maior quantia do pedido vai para a Síria, que precisa de US$ 7,2 mil milhões. As Nações Unidas realçam que o conflito danificou ou destruiu a infraestrutura essencial do país.
O número de mortos chegou a 191 mil e outros mais de 12,2 milhões de sírios carecem de ajuda urgente, incluindo mais de 5 milhões de crianças. A organização estima que 7,6 milhões de pessoas vivem como deslocadas internas e outros 3,2 milhões estão refugiadas nos países vizinhos.
Necessidades
A lista inclui a República Democrática do Congo, o Sudão, o Afeganistão, a Ucrânia e Mianmar. Por detrás das necessidades estão conflitos de longo prazo, violência e desastres naturais, incluindo secas e inundações.
O alto comissário da ONU para Refugiados disse que simplesmente não há como responder às situações humanitárias observadas em cada região e “em conflito após conflito”.
António Guterres frisou que as necessidades ligadas a refugiados, deslocados, comunidades anfitriãs e ouras vítimas de conflitos crescem exponencialmente.
O Haiti e as Filipinas são as duas únicas nações que precisaram de recursos este ano que já não estão incluídas no apelo global para 2015.
Insegurança
Em relação aos conflitos em África, a ONU destaca que a violência no Sudão do Sul provocou 1,9 milhões de deslocados em 2014. Cerca de 500 mil refugiaram-se nos países vizinhos e 1,4 milhão são deslocados internos. O mais novo país africano tem 1,5 milhão de pessoas em situação de insegurança alimentar grave.
Na República Centro-Africana, a violência provocou deslocamentos à larga escala que agravaram as necessidades humanitárias. O conflito fez fugir um quarto da população, o equivalente a 1 milhão de pessoas, para dentro do país ou foram forçadas a atravessar as fronteiras.
Iraque
O Iraque consta das crises de mais alto nível declaradas pela comunidade humanitária. O país deve necessitar de assistência significativa em 2015 devido ao conflito e a insegurança que movimentaram mais de 2,1 milhões de pessoas.
Calcula-se que 5,2 milhões de iranianos precisam de ajuda. Cerca de 2,2 milhões estão em áreas sob o controle do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, onde as agências humanitárias afirmam haver pouco ou nenhum acesso.