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Conselho Económico e Social faz reunião especial sobre ébola

Sala do Ecosoc. Foto: ONU/Paulo Filgueiras

Conselho Económico e Social faz reunião especial sobre ébola

No encontro, Ban Ki-moon destaca que estigma e medo prejudicaram a educação, a agricultura e o comércio; surto deixou mais de 3 mil crianças órfãs; Ecosoc discute impactos ao desenvolvimento.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Conselho Económico e Social da ONU, Ecosoc, está a promover esta sexta-feira uma reunião especial sobre o ébola e os impactos do surto ao desenvolvimento sustentável na África Ocidental.

No encontro, em Nova Iorque, o secretário-geral da ONU lembrou que o vírus já matou mais de 6 mil pessoas e teve um efeito arrasador no campo humanitário.

Renda 

Ban Ki-moon disse que o estigma e o medo associados ao ébola prejudicaram a educação, a agricultura, a indústria e o comércio nas nações mais afectadas. Guiné Conacri, Libéria e Serra Leoa são os países com mais casos e mortes.

O secretário-geral lamentou ainda que muitas famílias perderam sua fonte de renda e que mais de 3,3 mil crianças ficaram órfãs. Ban sublinhou que as economias dos três países estão estagnadas, que os preços dos produtos subiram e a população passa fome.

Sistema de Saúde

Neste sentido, o chefe da ONU disse ser imperativo trabalhar para o fim do surto, mas também na recuperação das nações. Para garantir o desenvolvimento sustentável, Ban explicou que o setor de saúde precisa ser produtivo e capaz de responder a todo tipo de emergências.

Participaram do encontro do Ecosoc, por videoconferéncia, representantes dos governos da Guiné Conacri, Libéria e Serra Leoa.

Mais Mortes

De Genebra, falou a diretora da Organização Mundial da Saúde, OMS. Margaret Chan lembrou que os sistemas de saúde desses países já estavam destruídos devido a anos de guerra civil.

Chan falou ainda sobre a resistência das comunidades, com casos que não chegam a ser reportados às autoridades e enterros de pacientes com ébola que ocorrem em segredo.

A diretora da OMS disse que o vírus “não perdoa”. Esta sexta-feira, a agência divulgou o último balanço: o total de casos subiu para 17 517, sendo que 6187 pacientes morreram.