Ban vê 2014 como um ano “sombrio e triste” para palestinos e israelenses
Aos dois povos, secretário-geral da ONU pede que “recuem do abismo” e coloquem fim do “ciclo de destruição insensata”; Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino é celebrado este sábado.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Para o secretário-geral das Nações Unidas, 2014 está sendo um ano “sombrio e triste” para palestinos, israelenses e todos que procuram paz. Ban Ki-moon lembra que durante 50 dias, o mundo testemunhou o que ele considera ter sido“uma guerra implacável em Gaza”, sendo o terceiro conflito em seis anos.
Neste sábado, 29 de novembro, é celebrado o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino e em sua mensagem sobre a data, Ban lembra que viajou para a região duas vezes nos últimos meses.
Respeito
O chefe da ONU destaca ter condenado os ataques de foguetes do Hamas contra civis israelenses, que segundo Ban, não levaram “nada além de sofrimento”. Ele sublinha ainda a “destruição pelo exército de Israel, que gerou questões profundas sobre o respeito pelos princípios de distinção e proporcionalidade”.
Ban Ki-moon defende que seja feito muito mais para proteger civis e para garantir o respeito aos direitos humanos. Segundo o secretário-geral, para se alcançar a estabilidade a longo prazo, é preciso resolver o levantamento do cerco a Gaza, o fim da ocupação de terras palestinas e abordar as preocupações de Israel com a segurança.
Refugiados
No Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, Ban pede que os doadores continuem apoiando os trabalhos da Agência da ONU de Assistência a Refugiados Palestinos, Unrwa, que ajuda milhões de palestinos em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Líbano e Síria.
O secretário-geral afirma continuar “profundamente preocupado com a situação em Jerusalém e na Cisjordânia”, onde, segundo ele, “extremistas de ambos os lados estão a ditar a agenda”.
Ban defende a negociação de uma solução política para o fim do conflito, já que “os povos israelense e palestino enfrentam um destino partilhado em terra partilhada”. Por isso, o chefe da ONU diz que nenhum dos dois pode eliminar o outro.
A mensagem de Ban termina com um apelo, para que israelenses e palestinos deem um passo atrás, “recuem do abismo” e coloquem um fim ao “ciclo de destruição insensata” e iniciem um “círculo virtuoso de paz”.