Banco Mundial promete US$ 50 milhões para saneamento e água no Haiti
Dinheiro vai ser usado para melhorar infraestrutura do país caribenho; secretário-geral da ONU quer fortalecer também serviços de saúde; para cada dólar investido em água e saneamento são ganhos sete dólares na América Latina.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O Banco Mundial prometeu esta quinta-feira liberar US$ 50 milhões, o equivalente a R$ 119 milhões, para melhorar o sistema de abastecimento de água e saneamento básico do Haiti.
O anúncio foi feito antes da abertura da conferência de doadores “Haiti: Água Limpa, Melhor Saneamento e Saúde”. O encontro em Washington está sendo coordenado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.
Objetivo
O objetivo da reunião é pedir a doadores e a outros parceiros que se unam para ajudar a melhorar o acesso à água potável e ao saneamento para todos os haitianos, e evitar doenças transmitidas pela água.
A enviada especial do Banco Mundial para o Haiti, Mary Barton-Dock, falou à Rádio ONU sobre os investimentos necessários ao país.
Segundo Barton-Dock, os especialistas avaliaram a situação em 16 comunidades mais vulneráveis ao cólera e calculam que serão necessários 310 milhões de dólares pelos próximos três anos.
Esse dinheiro vai ser usado para obras de infraestrutura e nos sistemas de saúde para salvar vidas e evitar a doença em áreas de maior risco.
Progresso
O presidente do Banco Mundial afirmou que a comunidade internacional alcançou um progresso significativo para controlar a epidemia do cólera no Haiti.
Mas Kim explicou que apesar do avanço, muitas pessoas continuam adoecendo, principalmente pela falta de acesso à água limpa e ao saneamento básico.
Segundo ele, o cólera continua endêmico e as doenças transmitidas pela água representam uma das maiores causas de mortalidade infantil no país.
Visita
O secretário-geral da ONU afirmou que sua visita ao Haiti em julho passado foi muito emotiva. Ele disse que viu, em primeira mão, como o cólera afetou as famílias haitianas.
Ao mesmo tempo, Ban Ki-moon disse que viu também o que as comunidades podem fazer, com um pouco de ajuda, para combater a doença.
Ban mencionou que junto com o primeiro-ministro do Haiti, Laurent Lamothe, foi lançada a campanha de saneamento total para melhorar as condições de saúde na região.
Ele declarou que a Conferência de Doadores representa um passo importante para lembrar a comunidade internacional do trabalho de longo prazo necessário no país para evitar outra epidemia causada por doenças transmitidas pela água, como o cólera.
Aproximadamente 38% dos haitianos não têm acesso à água potável e apenas 24% da população possui acesso a redes de saneamento básico.
Estudos mostram que para cada dólar investido em sistemas de água e esgoto, sete dólares são ganhos em redução de custos de saúde e produtividade na América Latina e no Caribe.