Situação de direitos humanos na Eritreia permanece urgente, diz relatora da ONU
Segundo especialista, violações continuam a ser cometidas em larga escala no país; Sheila B. Keetharuth esteve na Itália para buscar informações sobre imigrantes e refugiados eritreus.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Violações de direitos humanos continuam a ser cometidas em larga escala na Eritreia, obrigando centenas de pessoas, muitas delas jovens, a saírem do país em busca de segurança.
O alerta foi feito nesta segunda-feira pela relatora especial das Nações Unidas para a situação de direitos humanos no país, Sheila B. Keetharuth.
Itália
Segundo a especialista, a “situação urgente de direitos humanos na Eritreia” persiste. Na semana passada, ela esteve na Itália para buscar informações sobre imigrantes e refugiados eritreus.
Até setembro deste ano, o país registrou 135 mil novas chegadas, com a maioria sendo resgatada pela operação Mare Nostrum. Os 32 mil eritreus seriam o grupo predominante.
Lampedusa
A relatora lembrou os que morreram na tragédia em Lampedusa no ano passado. Segundo estimativas, cerca de 3 mil pessoas, incluindo muitos eritreus, podem ter perecido desde o início do ano ao tentar cruzar o Mar Mediterrâneo.
Ela também falou que a situação económica está a deteriorar-se e que muitas famílias teriam dificuldade de sobreviver sem o apoio de amigos e familiares na diáspora.
Comissão
Na sexta-feira, a Comissão de Direitos Humanos anunciou a nomeação de Mike Smith e Victor Dankwa que vão se juntar à relatora especial como integrantes da Comissão de Inquérito para investigar supostas violações de direitos humanos na Eritreia.
Sheila B. Keetharuth pediu ao governo e ao povo do país, dentro e fora da Eritreia, assim como à comunidade internacional que cooperem tanto com a Comissão quanto com seu mandato.