Acnur quer esforço em países de origem contra tragédias como Lampedusa
Confirmados 311 imigrantes mortos uma semana após a tragédia na ilha ao largo da costa italiana; número de desaparecidos está entre 50 e 70.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, considera necessário que haja um esforço mais abrangente nos países de partida para resolver a situação das pessoas que embarcam para as rotas de asilo.
Nesta sexta-feira, a agência confirmou a morte de 311 imigrantes, uma semana depois da tragédia do barco que transportava cerca de 500 pessoas ao largo da ilha italiana de Lampedusa.
Fuga
Falando a jornalistas, em Genebra, o porta-voz do Acnur considera importante que sejam usados todos os meios disponíveis para mitigar as causas da fuga de refugiados nos pontos de proveniência.
Adrian Edwards mencionou a disponibilização de mais informações sobre os perigos do mar, devido aos movimentos irregulares para a Europa. Para a via aérea, a sugestão é que haja melhor recolha e partilha de informação sobre as rotas e os meios a serem usados pelas pessoas.
Desaparecidos
No total, 156 imigrantes, na sua maioria eritreus, foram resgatados do mar, após a que é tida como um das mais mortais tragédias de barco que há registo. Estima-se que entre 50 e 70 corpos continuem desaparecidos.
A agência saudou os esforços da Comissão Europeia com vista a evitar tragédias similares. Nesta terça-feira, o chefe da entidade, José Manuel Barroso destacou a necessidade de medidas que incluem o reforço da capacidade de salvamento no mar e uma melhor vigilância para localizar embarcações.
Salvamento
A agência também aconselha uma melhor deteção para o salvamento e resposta marítimos, além das condições para prestar cuidados após o desembarque nos pontos de destino, incluindo a melhoria das instalações.
Para ilustrar a superlotação em Lampedusa, o Acnur deu exemplo de instalações de alojamento com capacidade de 250 residentes que albergam atualmente mais de 1,2 mil pessoas.