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Angola e Brasil são parceiros na área de habitação, diz ministro

Foto ONU/Kim Haughton

Angola e Brasil são parceiros na área de habitação, diz ministro

Segundo chefe da pasta de Urbanismo e Habitação angolana, José Silva, cooperação foi reforçada com a visita do presidente angolano ao Brasil; Silva mencionou a abertura de linhas de crédito; ONU-Habitat deve abrir escritório no país.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O ministro de Urbanismo e Habitação de Angola afirmou durante entrevista à Rádio ONU, nesta quarta-feira, que o país tem um plano de habitação até 2017.

José Silva afirmou que os investimentos são altos e que o Brasil é um parceiro importante do país nesta área.

Investimento

“As empresas brasileiras, elas, algumas, acabam por beneficiar das linhas de crédito que Angola tem com o Brasil. São um parceiro muito importante por via destas linhas de crédito que hoje operacionalizam projetos muito importantes de desenvolvimento do país. Esta cooperação foi recentemente reforçada quando da visita do presidente da República ao Brasil com a abertura de novas linhas.”

O ministro afirmou que desde o início do plano de reconstrução nacional no país, empresas brasileiras e portuguesas estão a trabalhar em Angola. Ele mencionou a participação do setor privado.

“Para o melhor êxito deste programa, nós procuramos atrair também o investimento privado, porque só recursos públicos não serão suficientes para concluirmos de forma exitosa o programa.”

Ele disse que há empresas de quase todo mundo trabalho no país, “não tanto como investidores, mas em maior parte como operadores que trabalham sob contrato do Estado”.

Encontro

O ministro participou nesta semana na sede da ONU de encontro preparatório para a 3ª Conferência das Nações Unidas sobre moradia e desenvolvimento urbano sustentável que acontecerá em 2016.

Nesta quarta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, falou às autoridades e especialistas que estavam presentes ao encontro. Ele afirmou que urbanização bem planejada é “vital para o desenvolvimento” e que as “áreas urbanas” estão “no coração de muitos desafios e oportunidades”.

Durante a entrevista, o representante do governo angolano afirmou que acredita que ainda este ano, o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos, ONU-Habitat, deve abrir um escritório no país.

Mobilidade Urbana

O ministro comentou ainda a questão da circulação de automóveis e mobilidade urbana em Luanda, capital do país.

“Por força da própria expansão da cidade, com o surgimento destas novas cidades satélites à volta de Luanda, obviamente que a mobilidade começa a ser, já é, de fato, um dos graves problemas. Começamos a resolver por via da projeção de novas estruturas rodoviárias, com vias exclusivas para transportes públicos. Neste momento, já estão também em funcionamento outros sistemas. Refiro-me ao sistema de transporte marítimo. Também estão projetas vias ferroviárias para servir estes aglomerados que estão nas zonas satélites de Luanda, com ligação para o centro.”

Ele mencionou que foi projetada no período colonial para “acolher cerca de 250 mil habitantes” e que hoje a cidade “cresceu na ordem de mais de 10 milhões”.