ONU condena assassinato de trabalhadores humanitários no Sudão do Sul
Nas últimas 48 horas, pelo menos seis pessoas foram mortas, no estado do Alto Nilo; coordenador das Nações Unidas no país exigiu que os grupos armados parem de alvejar civis e que respeitem funcionários de agências de auxílio; Toby Lanzer alertou que muitos ainda correm riscos.
Edgard Júnior, da Radio ONU em Nova Iorque.
Agências da ONU, representantes de organizações não-governamentais, ONGs e doadores condenaram o assassinato de pelo menos seis trabalhadores humanitários no Sudão do Sul.
Os crimes ocorreram nos últimos dois dias no condado de Maban, no estado Alto Nilo, que fica a leste do país africano. As autoridades estão a pedir uma investigação completa e que os responsáveis sejam levados à justiça.
Respeito
O coordenador humanitário da ONU no país, Toby Lanzer exigiu que “os grupos armados parem de alvejar civis e que respeitem os os trabalhadores de ajuda”.
Lanzer referiu que muitos funcionários humanitários continuam em perigo na região até que a segurança seja restaurada.
Segundo o Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, a atual vaga de ataques contra civis em Maban é um sintoma da violência brutal que tem caracterizado o conflito no Sudão do Sul desde dezembro do ano passado.
A agência da ONU informou que nos últimos oito meses mais de 1,5 milhão de pessoas tiveram de deixar suas casas por causa do medo e da violência.
Durante este período, milhares foram mortas, estupradas ou feridas em ataques que tiveram como base questões étnicas.
Etnia Nuer
A Missão da ONU no Sudão do Sul, Unmiss, também condenou os assassinatos cometidos pelas forças de defesa de Maban. O alvo da milícia são civis da etnia Nuer.
A Unmiss disse que todos os trabalhadores humanitários mortos eram sul-sudaneses. Dezenas de funcionários de ajuda buscaram abrigo nas instalações do Escritório do Alto Comissariado para Refugiados.
A missão da ONU enviou soldados para a base na região com o objetivo de proteger o pessoal das Nações Unidas e de organizações humanitárias, como também, de civis que estão no local.
Doação
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, anunciou esta quarta-feira que o Japão vai doar US$ 5,1 milhões para as operações de ajuda no país.
O porta-voz da agência da ONU, George Forminyen disse que o dinheiro vai ser usado para fornecer comida e outros produtos nutritivos às pessoas mais vulneráveis no Sudão do Sul.