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Sudão do Sul à beira de uma “grande crise humanitária”, revela Amos

Crise humanitária no Sudão do Sul. Foto: Ocha

Sudão do Sul à beira de uma “grande crise humanitária”, revela Amos

Subsecretária-geral diz ao Conselho de Segurança que 170 mil ficaram desalojados em áreas lideradas pelo Splm ao norte; Valerie Amos preocupada com intesificação dos bombardeamentos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

A subsecretária-geral para Assuntos Humanitários está extremamente preocupada com a escalada da crise no Sudão e no Sudão do Sul. Valerie Amos falou sobre a violência na região ao Conselho de Segurança, na quarta-feira.

Amos citou “fontes confiáveis” que calculam 170 mil pessoas deslocadas em áreas ao norte, controladas pelo Movimento de Libertação do Povo do Sudão, Splm, desde o início do ano.

Urgência

Após o encontro, a também chefe do Escritório de Coordenação para Assuntos Humanitários, Ocha, disse que a situação “é cada vez mais complexa”.

Valerie Amos alertou o Conselho de Segurança sobre o risco de uma “grande crise humanitária no Sudão do Sul”, caso não seja tomada de imediato uma ação urgente.

Segundo a chefe do Ocha, existe a possibilidade de insegurança alimentar e fome no Sudão do Sul. Amos disse estar bastante preocupada com a intensificação dos bombardeamentos e dos conflitos durante a época de plantio, que vai de maio a julho.

Agricultura

O escritório da ONU já recebeu previsões de insegurança alimentar persistente entre os deslocados internos em áreas controladas pelo Splm em Kordofan Sul.

O Conselho de Segurança recebeu um alerta de possível fome entre julho e agosto e Amos destacou que caso os bombardeamentos aéreos continuem a afectar atividades agrícolas, os impactos podem se estender até as colheitas de setembro.

Dois anos após o Conselho de Segurança ter adotado uma resolução, milhares de civis em Kordofan Sul e no Nilo Azul “continuam a ser afectados pela guerra, sem muitos progressos no que diz respeito ao acesso à assitência humanitária”, afirmou Valerie Amos.

Nas duas áreas, as crianças estão sem receber vacina contra a pólio e os trabalhadores continuam a enfrentar desafios para garantir entrega de ajuda. A representante pediu ao Conselho ação imediata com vista a reverter a crise humanitária na região.

*Apresentação: Eleutério Guevane.