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Reabilitação do património de Timbuktu completa primeira fase

Unesco quer envolver comunidades. Foto: Unesco.

Reabilitação do património de Timbuktu completa primeira fase

Unesco precisa de mais US$ 8 milhões para concluir o projeto; apoio da agência ajudou a reconstruir mausoléus afetados pelo conflito no norte do Mali.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, anunciou o fim da primeira fase da reabilitação do património cultural de Timbuktu. A etapa foi lançada a 14 de março passado.

A agência ajudou a reconstruir mausoléus destruídos na cidade do norte do Mali além de reabilitar mesquitas, bibliotecas privadas e antigos projetos de conservação de manuscritos.

Comunidades

A expectativa da Unesco é garantir o envolvimento das comunidades locais na iniciativa. Para tal, vários residentes estão a ser treinados para assegurar uma preservação duradoura.

Entretanto, a agência disse ter recebido apenas US$ 3 milhões dos cerca de US$ 11 milhões necessários para concluir o projeto.

Conflito

De acordo com a Unesco, 14 dos 16 mausoléus de Timbuktu inscritos na sua Lista do Património Mundial foram destruídos por grupos armados durante o conflito.

Os manuscritos de Mali são considerados um acervo documental único e um “testemunho da história de África e da humanidade”. Uma parte destes data do século 13.

Estado Crítico

Durante o conflito, foram perdidos mais de 4 mil dos 40 mil manuscritos do Instituto Ahmed Baba. Alguns foram queimados ou roubados e mais de 10 mil continuam em estado crítico.

As comunidades locais transferiram secretamente mais de 300 mil manuscritos para a capital maliana, Bamaco. Os documentos são conservados em condições que não são consideradas ideais.

Os únicos doadores africanos do projeto são as ilhas Maurícias ao lado da  União Europeia, da Suíça, da Noruega, da Holanda, do Bahrein, da Croácia e de Andorra.