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Painel debate impactos da ineficiência energética na saúde da população BR

Casa com fogão a carvão na África do Sul. Foto: ONU/Gill Fickling

Painel debate impactos da ineficiência energética na saúde da população

Organização Mundial da Saúde defende maior aliança entre setores, para evitar riscos causados pelo uso de fogões a lenha ou carvão; sede da ONU recebe o primeiro Fórum Energia Sustentável para Todos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

A Organização Mundial da Saúde, OMS, defende uma aliança entre os setores de saúde e de energia para resolver uma série de impactos gerados com a poluição interna causada especialmente pela ineficiência energética.

O assunto foi debatido num painel esta quarta-feira, no primeiro dia do Fórum Energia Sustentável para Todos, que ocorre na sede da ONU em Nova York.

Doenças

O coordenador de Saúde Pública da OMS explica que 4,3 milhões de pessoas morrem por ano devido a complicações da poluição interna. Por isso, a agência quer mais mobilização para reverter o quadro.

Segundo Carlos Dora, fogões à lenha e a carvão produzem partículas muito finas, mas que entram de forma profunda no pulmão e na corrente sanguínea.

“No momento, o setor de saúde ainda não está se mobilizando para, por exemplo, se a pessoa tem uma doença do coração, acidente vascular cerebral, pneumonia de criança. A poluição interna, dentro das casas, é uma grande causa desses problemas de saúde. E no momento, o setor de saúde ainda não se aliou ao setor de energia para resolver esse problemas. E o que estamos falando é sobre essa aliança, como é que podemos trabalhar juntos para resolver o que é um enorme problema de saúde pública.”

Hospitais

Em Nova York, Carlos Dora destaca a importância da energia renovável, outro tema debatido no fórum. O representante da OMS diz que fontes alternativas poderiam ajudar bastante os hospitais que têm déficit de eletricidade.

“Na África, um terço das clínicas não têm acesso a energia confiável. A dependência que se tem até agora em geradores que usam diesel, as clínicas não têm dinheiro, falta diesel, é um desastre. Para poder aportar serviços de saúde, a condição essencial é poder ter acesso a energia que vai ter de ser renovável. Então a solução é em termos de combustível líquido, como gás líquido, ou solar, ou eólica. Se necessita ter energia limpa para poder ter serviço de saúde viável.”

A Organização Mundial da Saúde participa de vários debates durante o primeiro Fórum Energia Sustentável para Todos, que segue até sexta-feira.