Relator pede transparência e cortes em gastos militares no mundo
Em 2012, governos bateram recorde ao investir US$ 1,7 trilhão em defesa; para Alfred de Zayas, é hora de promover o desarmamento e colocar recursos no combate à pobreza e a doenças.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*
Um relator das Nações Unidas pediu aos países que reduzam os gastos militares para investir os recursos no combate à pobreza extrema e a doenças.
Em comunicado para marcar o Dia Global de Ação sobre Gastos Militares, Alfred de Zayas pediu aos países que promovam transparência no setor de armamentos, e que invistam em proteção ambiental, nutrição e saúde.
Discussão
Zayas lembrou que todas as democracias devem envolver a sociedade civil na discussão do orçamento, e todos os setores devem ser consultados sobre as maiores prioridades da população.
O relator disse que os lobbies incluindo o de empresas militares e outros representantes dessa indústria não podem ser permitidos a “sequestrar” as prioridades em detrimento da população.
Para Zayas, os Parlamentos têm que ouvir a voz do povo e cortar a produção de armas, os gastos com pequisas e bases militares no exterior. Ele citou ainda programas militares de vigilância de civis como forma de “coleta de inteligência”, assim como operações militares abertas ou secretas.
Extrema Pobreza
O relator encerrou, dizendo que milhões de pessoas estão vivendo na extrema pobreza e morrendo de má nutrição e de doenças. Ele afirmou que é hora de a receita gerada por impostos ser reorientada na promoção dos direitos civis, econômicos e sociais.
Segundo o Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo, o mundo desembolsou em 2012 US$ 1,75 trilhão em gastos militares. A quantia equivale a quase R$ 4 trilhões. Para o relator da ONU, uma redução de pelo menos 10% anual em gastos militares já seria um bom começo para a humanidade.
* Apresentação: Edgard Júnior.