Ruanda consolida liderança global de mulheres parlamentares, diz UIP
Eleições de setembro ajudaram o país a ter mais de seis deputadas em cada dez assentos, considerada marca inédita numa casa legislativa do mundo; relatório destaca crescimento de 2,1% em África.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Ruanda consolidou a sua liderança mundial em termos de mulheres no Parlamento com 63,8%, anunciou a União Interparlamentar.
A entidade diz que, pela primeira vez, o país africano ultrapassou a proporção de seis em cada dez mulheres numa casa legislativa após as eleições de setembro passado.
Paridade
O relatório “Mulheres da UIP no Parlamento: O Ano em Análise” realça o continente africano por ter continuado a registar um progresso constante de mulheres deputadas, ao aumentar 2,1% em 2013.
A média global aumentou 1,5%, no que a entidade diz “marcar uma tendência significativa e encorajadora”, que pode levar a uma paridade de género em 20 anos. As deputadas representam 21,8% dos parlamentares do mundo.
Países Nórdicos
A maior taxa de parlamentares do sexo feminino é a dos países nórdicos, com 42%.
As Américas estão em segundo lugar com 25,2%, após um aumento de 12,5% durante o período entre 1995 e 2013. As câmaras baixas da Argentina, do Equador e de Granada tiveram 30% dos assentos conquistados pelas mulheres. Cuba tem quase metade.
Países Árabes
O mundo árabe foi a região que registou o maior salto do ano passado com uma média de 18 mulheres no Parlamento. O destaque vai para a nomeação histórica de 30 parlamentares ao Conselho Shura da Arábia Saudita. O Qatar continua o único país com um Parlamento composto somente por homens.
Entretanto, 18 mulheres passaram a integrar pela primeira vez o Parlamento jordaniano graças a quotas em ambos os países país, no que ajudou a aumentar a média da região árabe de 13,2% para 16%.
Mais do Dobro
Entretanto, além do sucesso de Ruanda, África teve a Guiné-Equatorial a aumentar em 16% as mulheres na sua câmara baixa do Parlamento.
A UIP ralça também um salto para o dobro ou maior do que o dobro de mulheres representantes com a adoção de requisitos na lei eleitoral ligados ao género nos Camarões, no Zimbabué e no Quénia.
Os quenianos também nomearam pela primeira vez uma indígena Massai, Pesi Peris Tobiko, para o Parlamento.