No Kuwait, ONU pede US$ 6,5 mil milhões para apoiar sírios
Secretário-Geral diz que 40% dos hospitais não funcionam devido ao conflito; até agora, maiores doadores foram o Kuwait com US$ 500 milhões e os Estados Unidos com US$ 380 milhões.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
As Nações Unidas precisam de US$ 6,5 mil milhões neste ano para prestar auxílio às vítimas do conflito sírio, disse esta quarta-feira o Secretário-Geral.
Ao presidir a conferência de doadores para o país na Cidade do Kuwait, Ban Ki-moon disse que o dinheiro deve ajudar cerca de 9,5 milhões de pessoas.
Fora da Escola
No seu discurso, o chefe da ONU sublinhou que 40% dos hospitais não funcionam devido ao conflito, que já fez mais de 100 mil mortos em cerca de três anos. Mais de 2 milhões de crianças estão fora da escola.
No encontro, o Kuwait prometeu US$ 500 milhões enquanto os Estados Unidos anunciaram uma contribuição de US$ 380 milhões. A União Europeia dispensou US$ 225 milhões, 60 milhões a mais que a Grã-Bretanha. Os outros contribuintes coram o Catar e a Arábia Saudita com US$ 60 milhões cada um.
Soluções
A reunião para arrecadar fundos decorreu uma semana antes da Conferência de Genebra 2, na qual a comunidade internacional deve discutir soluções para o conflito com rebeldes e o governo sírio.
Como exemplo do impacto dos confrontos nos países da região, Ban citou um estudo que indica a queda do crescimento do Produto Interno Bruto do Líbano em 3%, equivalente a perdas de até US$ 7,5 mil milhões.
Arma de Guerra
O outro exemplo é a Jordânia, onde avaliações oficiais demostram que o custo do acolhimento dos refugiados sírios ultrapassa os US$ 1,5 mil milhão.
A chefe da ONU para a Assistência Humanitária disse que na Síria, o cerco tornou-se uma arma de guerra, com milhares de pessoas isoladas sem suprimentos nem acesso a serviços básicos.
Esperança e Fé
Valerie Amos, que visitou a Síria até ao fim de semana, disse estar profundamente perturbada com relatos contínuos de pessoas sitiadas que ficaram sem alimentos em comunidades com até 245 mil pessoas.
Além de referir a fome, Amos disse que as vítimas perderam a esperança e a fé na capacidade de ajuda da comunidade internacional. A representante citou áreas onde a situação é causada por grupos da oposição e pelas forças do governo.
Perda do Valor
A situação de refugiados palestinianos da Síria também foi mencionada no evento, onde foi anunciado que mais de 50 mil casas foram danificados.
As Nações Unidas dizem que a crise afeta quase todos os sírios com a queda de 45% do PIB e a perda do valor da moeda do país, a libra síria, em cerca de 80%.
*Apresentação: Denise Costa.