Conselho de Segurança apreensivo com ambiente político no Sahel
Nações Unidas anunciam arranque de intervenção para apoiar processos eleitorais e de governação com foco nas fronteiras; órgão condena ataques terroristas, abusos dos direitos humanos e violência contra civis.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Conselho de Segurança reiterou, esta quinta-feira, a sua preocupação com o que considera situação alarmante na região africana do Sahel, tendo destacado “complexas questões políticas e de segurança.”
O pronunciamento foi feito no dia em que o órgão acompanhou informes sobre ações implementadas no âmbito da crise na região. Os relatórios foram apresentados pelo Secretário-Geral, Ban Ki-moon, o seu enviado especial para o Sahel, Romano Prodi, e o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.
Fronteiras
Prodi disse que prossegue a intervenção dos países para apoiar processos eleitorais e de governação.
Conforme referiu, teve iníciou a implementação de atividades para o controlo de fronteiras e a prevenção de ideologia de violência, concentradas no reforço da gestão fronteiriça combinada ao fortalecimento de capacidades e da confiança dos países.
Direitos Humanos
Em declaração presidencial, o órgão considera necessário ter em conta os aspetos humanitários de governação, de segurança, dos direitos humanos e de desenvolvimento para dar resposta às ameaças à paz.
Nesta quinta-feira, os 15 países membros condenaram veementemente ataques terroristas recentes, abusos dos direitos humanos e a violência contra civis perpetrados na região por organizações terroristas.
Migrantes
As vastas áreas do deserto do Saara e do Sahel são consideradas terrenos para o alastramento de grupos de milícias.
Ban Ki -moon considerou necessário fazer mais para combater a fome na região, com atividades que incluem melhorar as condições de vida das comunidades de origem dos migrantes.
O Sahel é tido como ponto de partida de grande parte de africanos que fazem a travessia marítima de longas distâncias em busca de trabalho e desembarcam nas Ilhas Canárias na Itália e no Iémen.
Para o Secretário-Geral, a proposta poderia gerar oportunidades e impedir que estas pudessem seguir em busca de trabalho no exterior.
O Secretário-Geral apelou ainda ao trabalho em conjunto para que os países do Sahel abracem os seus desafios, aliado ao esforço contínuo das Nações Unidas para promover a segurança, a boa governação e a resiliência.