OMS em África pede reforço para programas de vacinação no continente
Director regional, Luís Gomes Sambo, apela a governos, parceiros e populações para aumentar cobertura para 90 por cento no mínimo.
Cláudia Longa de Luanda para a Rádio ONU.*
O Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde, OMS, em África lançou um apelo esta quarta-feira aos governos, parceiros internacionais e populações a aumentarem a cobertura vacinal de rotina para 90 por cento no mínimo.
O objetivo é melhorar a qualidade das campanhas de vacinação, reforçar a vigilância epidemiológica e aplicar o Regulamento Sanitário Internacional.
Contribuição
Luís Gomes Sambo fez este apelo na capital angolana quando discursava na abertura da oitava Reunião do Grupo Consultivo Técnico sobre a Erradicação da Poliomielite.
O encontro visa avaliar os progressos, identificar dificuldades e definir novas acções para garantir a contribuição da Região Africana no processo mundial de erradicação da poliomielite.
O Director Regional da OMS para África, congratulou-se com os progressos alcançados por Angola e RDC na interrupção da transmissão do vírus.
Baixa Cobertura
“Registamos progressos na interrupção da transmissão do vírus da poliomielite em Angola e na República Democrática do Congo são um facto. Na Nigéria, infelizmente não conseguimos mas do reduzir a intensidade da transmissão. Este ano, três países do Corno de África: a Etiópia, Quénia e Somália notificaram casos de poliomielite e que estão na base de uma epidemia que nos preocupa neste momento. Como se isso não fosse suficiente, nos Camarões há duas semanas registamos um caso de poliomielite. A persistência da circulação do vírus em alguns países deve-se sobretudo à baixa cobertura vacinal. Se quisermos realmente acelerar o progresso no sentido de reduzir o pesos das doenças evitáveis pela vacinação temos que tomar certas medidas de reforço do programe de vacinação em alguns países.”
Por seu turno, o Ministro da Saúde José Van-Dúnem afirmou que a expectativa de cobertura vacinal de Angola é de 85%, porém realça a necessidade de se intensificar a cobertura ao nível das zonas fronteiriças.
“A expectativa que nós temos é termos uma cobertura vacinal de mais de 85% em todo país em alguns sítios é mais fácil, noutros é mais difícil soubemos que por exemplo estranhamente Luanda tem a maior densidade populacional do países, consequentemente tem também maior número de problemas por esta razão houveram ações de intensificação que levaram a que pudéssemos actuar nos municípios de maior complexidade. Estamos a trabalhar também com os países vizinhos para cobrir as zonas de fronteira onde há mobilidade da população de um para o outro lado da fronteira.”
A reunião de Luanda que termina esta quinta feira, tem a participação de 40 delegados, com destaque para os responsáveis dos programas de vacinação do Congo, RD Congo, Namíbia, Zâmbia, o país anfitrião e de peritos da OMS, Unicef, Rotary Internacional, Usaid e do CDC/Atlanta.
* Com reportagem da Rádio Nacional de Angola.