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FAO prevê aumento de 8% na produção global de cereais neste ano

FAO prevê aumento de 8% na produção global de cereais neste ano

Fenómeno provocou queda de custo e baixa no Índice de Preços dos Alimentos de setembro; nações de África destacam-se pela fome resultante de conflitos, aumento de preços e clima adverso.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, prevê um aumento de cerca de 8% na produção global de cereais este ano. O desempenho deve refletir uma subida de 11% na produção de cereais secundários.

A safra recorde de milho nos Estados Unidos deve impulsionar o aumento. Espera-se que o maior produtor mundial colha 348 milhões de toneladas, mais 27% em relação aos níveis de 2012, afetados pela seca.

Temporada Favorável

Nesta quinta-feira, a agência referiu que a temporada de mercado continua favorável, apesar de ter revisto em baixa a produção mundial e a disponibilidade local de cereais.

A previsão da FAO para a produção mundial está 3 milhões de toneladas abaixo da que foi realizada em setembro. A diminuição deve-se às estimativas de fracas colheitas de trigo da América do Sul, após condições climáticas adversas.

A agência indica que a forte queda de preços internacionais de cereais teve impacto na redução do Índice de Preços dos Alimentos de setembro, registada pelo quinto mês consecutivo.

Variação

O índice foi marcado por um ligeiro aumento dos preços de laticínios, de oleaginosas, da carne e do açúcar.A tabela de variação mensal dos preços internacionais apresenta uma média de 199,1 pontos, correspondentes a cerca de 1% abaixo do seu valor de agosto.

De acordo com a FAO, o valor corresponde a 5,4% a menos em relação ao princípio de 2009 e de 2010.

Desafios Políticos

A agência tem agendado, para a próxima segunda-feira, em Roma, um encontro que junta mais de 40 países. A reunião ministerial deve abordar os preços internacionais, com destaque para a sua volatilidade e os desafios políticos que estes representam.

No Relatório de Perspetivas das Colheitas e sobre a Situação Alimentar, a FAO destaca a Síria entre os focos de insegurança alimentar, pelos cerca de 4 milhões de carentes de assistência humanitária resultantes da crise.

Os outros países com necessidades alimentares são a Coreia do Norte, com 2,8 milhões de pessoas vulneráveis.

Entre os afetados por conflitos estão o Mali, a República Democrática do Congo, a República Centro-Africana, a Somália, o Sudão e o Sudão do Sul. Já a Namíbia e o Zimbabué são destacados por necessidades que se devem às condições climáticas e ao aumento de preços alimentares.

*Apresentação: Denise Costa.